sexta-feira, 4 de junho de 2010

Da série: Bandidos no poder

Carta de leitor:

Bom dia, Canga, tudo certo contigo?
Nesta sexta-feira chuvosa, em mais um dia de trabalho na Celesc (embora grande parte dos comissionados estejam bem longe daqui, nós, os "peões" estamos trabalhando, sim!), estou repassando a notícia abaixo, que revela mais um dos estapafúrdios casos tupiniquins protagonizados pela poderosa classe que comanda nosso corrupto país. É dose, né? Pena que esse tipo de fato não ganhe tanto destaque na mídia e que logo seja abafado ou simplesmente
esquecido.
Tenha um ótimo dia e um fim de semana igualmente bom, de preferência com um tempo um pouco melhor.
Grande abraço,

Matéria do jornal Gazeta do Povo - 28/3

O incrível caso do desembargador que “rejuvenesceu”

Quando a gente pensa que já viu tudo nesse mundo, quando acha que nada mais pode nos surpreender, eis que acontecem coisas que até Deus duvida: pois não é que um desembargador conseguiu mudar a data do seu nascimento para fugir à aposentadoria compulsória em maio, retardando-a para outubro? A providência lhe permitirá permanecer por mais cinco meses no cargo que ocupa na chamada “cúpula diretiva” do Tribunal de Justiça do Paraná.
Não duvide mais. Isto aconteceu de verdade, é fato real devidamente documentado, não é imaginação. O personagem desta inacreditável história é o desembargador Waldemir Luiz da Rocha, que ocupa nada menos que a posição de corregedor-geral do Judiciário paranaense. A ele compete, entre outras graves incumbências, fiscalizar a higidez dos atos praticados pelos cartórios.
No último dia 22, ele se dirigiu ao 13.º Tabelionato (1.º Ofício de Registro Civil) de Curitiba não para cumprir a rotineira (mas sempre temida pelos tabeliães) correição, mas para pedir-lhe que alterasse seu registro de nascimento na parte que trata da data em que veio ao mundo, retardando-a de 30 de maio de 1940 para 30 de outubro do mesmo ano. O investimento foi baixo: pelo serviço notarial, pagou R$ 18,37 e mais R$1 do selo Funarpen.
Ao cartório, o desembargador apresentou como argumento para a alteração da data um ato ilícito (embora certamente carregado de boa-fé), cometido por seu pai em 1950. Para permitir-lhe matrícula escolar antecipada em relação à sua idade real, o pai conseguiu, também em cartório, que o filho ficasse cinco meses “mais velho”.
As festas
A mudança, na época, foi homologada por um juiz, como mandava a lei então vigente. Apresentou também provas testemunhais: três colegas desembargadores (Dulce Cecconi, Moraes Leite e Maria José Teixeira) afirmaram que, quando serviam em Maringá, eram convidados pelo então juiz Waldenir para as festas de aniversário, que comemorava todos os anos “em outubro”. O cartório prontamente atendeu seu desejo e a promotora Luciana Melluso Teixeira de Freitas, do Ministério Público Estadual – órgão ao qual, pela lei atual, compete manifestar-se conclusivamente sobre uma medida sobre a qual não pairem maiores “indagações” – deu seu referendo. Mesmo que isto tenha significado mudar uma decisão judicial de 1950!
E foi tudo muito rápido. Já com o novo registro de nascimento em mãos e com a anuência do MP, o desembargador Waldemir deu entrada na papelada no Tribunal para que este imediatamente fizesse a mudança nos seus assentos funcionais. No mesmo dia, o presidente em exercício, desembargador Ruy Fernando de Oliveira (o titular, Carlos Hoffmann, estava em viagem), despachou o requerimento no sentido de que fosse atendido.
Eleições
Por que só agora, meio século depois, o desembargador Waldemir resolveu mudar seu natalício? Porque está marcada para terça-feira, dia 30, a eleição de três novos membros da cúpula do TJ para o lugar dos que completam 70 anos de idade mais de seis meses antes do término normal do mandato, marcado para 1.º de fevereiro do ano que vem. Waldemir está entre os que deveriam ser substituídos agora. O novo registro de nascimento, se aceito como regular, não impede a eleição do substituto, mas o requerente ganha o direito de ficar na Corregedoria Geral por mais cinco meses!
O Órgão Especial do TJ, reunido na sexta-feira, discutiu o caso. O estarrecimento foi quase geral – mas, pelo menos por enquanto, vale o que está escrito na nova certidão.
Veja materia completa:
http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI108450,21048-Elixir+da+juventude

J.L.CIBILS deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Da série: Bandidos no poder":
É tudo "notório","ilibado","sangue nobre",de "alta estirpe",de "de reconhecido serviços prestados ao bem publico", merecedor dos maiores reconhecimentos da "sociedade".
TUDO GENTE BOA.
É esta gente boa, que esta acima de qualquer suspeita.

Nenhum comentário:

Postar um comentário