quinta-feira, 17 de junho de 2010
Torcida barulhenta silenciosa
Bem, hoje foi dia de "ver" o jogo da Argentina contra a Coréia do Sul. Mesmo tendo ido dormir às 3 da madruga acordei às 8 hoje. Só que não me aguentei e, em vez de ficar no hotel vendo jogo, peguei a máquina fotográfica e me mandei pelas cercanias da Corrientes e da Sarmiento para dar uma sentida no clima dos porteños nesta copa. O dia estava maravilhoso. Sol e temperatura de 10 graus.
Ruas desertas, lojas fechadas e um estranho silêncio nesta metrópole fantástica de 13 milhões de habitantes. Não perdia por esperar. Na esquina da Corrientes com a Callau encontrei um café confiteria cheio de gente assistido a partida logo cedo. Andei mais um pouco e...outro café cheio e outro, mais outro...
As ruas mostravam uma cidade fantasma. Porém os cafés, lotados, represavam sonoramente uma energia que explodia a cada gol da seleção de Maradona.
Era uma coisa incrível!
Jovens e velhos, mulheres, homens, ofice boys, gente de terno e de camisetas da Argentina praguejavam a cada movimento errado da seleção. Senti, logo de manhã cedo, a paixão passional deste povo com o futebol. Venceram de 4 a 1. Teves foi incansável. Todo o time jogou um bolão. El Pulga Messi, mesmo sem marcar, foi maravilhoso. Ao final da partida fiquei na rua esperando as carreatas, buzinaços e comemorações com bandeiras e vuvuzelas. Nada! Pouquíssimas comemorações nas ruas.
Mais tarde, dentro de um trem rumo ao Delta do Tigre, escutei de duas senhoras que acharam que não se comemorou como nas outras copas. Debitaram a frigidez esportiva à crise econômica e política que vive o país.
- El pueblo está aplastado
Disse uma delas.
Mais tarde, à noite, vi pela televisão a presidenta Cristina Kirchner acusar a mídia (igual que no Brasil) de dar espaço para a expulsão de hooligans argentinos da Africa do Sul. A quadrilha de torcedores violentos chamadas de "barras bravas" é acusada de fazer parte de uma milícia da presidenta que teria patrocinado um quebra-quebra durante a Feira do Livro, acontecida em maio, no lançamento do livro de um jornalista que denunciava envolvimento da família Kirchner em esquemas de corrupção com empresas públicas.
Tudo igual! É o modelito bolivariano! Só muda o idioma!
Les Paul deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Torcida barulhenta silenciosa":
Primeiro foi na palestra da médica e escritora cubana, no C.C. Borges... intimidaram-na com gritos e ameaças... e ela respondeu serena: por isso saí de Cuba, não sabem falar com quem lhes destoa à opinião e ... muito menos ouvir. E saiu aplaudida. Depois os sequazes de Kirchner barbarizaram em meio a alguns stands da Feira del Libro de Buenos Aires. São encrenqueiros profissionais, pagos pelo Estado. E Chaves agora está treinando nos finais de semana desempregados e donas de casa no uso de pistolas e metralhadoras adquiridas com os caças Sukoi da Rússia. Já são 120 MIL os componentes dessa milícia de blindagem do ditador. Aqui a ameaça é diferente: sindicatos, UNE e MST alimentados por bilionária verba parcialmente legalizada através de manobras legais espertíssimas (pros que mamam), esperando apenas o assobio do chefe pra soltar a malta, digo massa, de manobra nas ruas. Les Paul.
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