sexta-feira, 10 de junho de 2011

AINDA EXISTEM JUIZES EM BERLIM

   Por Jaison Barreto

   Nunca foi tão válido relembrar um texto de Andriex, que ficou celebre pelos tempos afora: “ O MOLEIRO DE SANS-SOUCI”. 

    Frederico o Grande, rei da Prússia deu ordens ao seu intendente para aumentar o seu castelo. Um pequeno moinho de vento no caminho, atrapalhou os planos do intendente, que simplesmente se propôs a derrubá-lo.

     Surpreso ficou mesmo, com a reação do moleiro que sem tremer ousou enfrentar as ordens do Monarca: “AINDA EXISTEM JUIZES EM BERLIM”.

     A história nunca mais esqueceu a frase do moleiro. Frederico o Grande, ficou ainda maior, quando ao tomar conhecimento do episódio, advertiu o intendente:


- Respeitem o moleiro porque ali esta um verdadeiro cidadão.

     Esta a verdadeira dimensão do ocorrido, o respeito ao direito, o exercício da cidadania, o valor da justiça, a independência dos poderes, a democracia enfim.
 
     O Brasil vive hoje um dos momentos mais confusos da sua história. 
   
     Um governo aparentemente legítimo, legal mas sustentado por uma “maioria de balcão”, legislando de maneira autoritária via medidas provisórias vergonhosamente inconstitucionais, com uma minoria numericamente incapaz de poder fiscalizar, nem mesmo convocar uma CPI.
 
     Uma legislação esdrúxula incapaz de definir com clareza, o que é abuso de poder político, abuso de poder econômico, distinguir tráfico de influência, improbidade administrativa, trabalho de lobista travestido de exercício parlamentar etc etc etc etc etc...
 

     A segurança da impunidade, a arrogância é a regra usual para os poderosos de sempre, cada vez mais ousados e cada vez mais influentes. Exatamente contrário, a sensação dos homens de bem, sujeitos aqui e acola à uma decisão equivocada de um Juiz apaixonado, um desembargador vingativo escravo de suas ojerizas. 

    Infelizmente eles existem mas a justiça esta acima deles.

    A reconstrução moral do País tem que começar pelo exemplo do pequeno moleiro de Sans-Souci. Que todos nós façamos o mesmo, com as pás furadas dos nossos moinhos de ventos, nossos sonhos desfeitos, nossos ideais feridos, a ecoar num brado só a certeza de um País limpo.

    Ministério Público, Tribunais de Contas, Policia Federal, Assembléias Legislativas, democratas de todos os partidos, todos enfim unidos e definidos em uma só frase, emblemática: AINDA EXISTEM JUIZES EM BERLIM.
Ela diz tudo. 
Saudações democraticas

Comentário: Toda nação deve procurar seus ícones para trilhar um caminho. Entenda nação na dimensão e no tamanho que quiser.
     Assim como Big Boy influenciou uma geração pela Rádio Mundial, atletas como Pelé, músicos como Tom Jobim ou Milton Nascimento e jornalistas como aqueles do Pasquim, fizeram parte da História deste país. São muitos para citá-los todos. 
    Em Santa Catarina, há um homem, às vezes médico, às vezes político, a quem devemos homenagear. Já com oito décadas vividas, com a ironia que lhe é peculiar, combativo e combatido, inteligente e independente, foi o que a política catarinense produziu de mais completo e exemplar. Foi modelo para muitos, entusiasmou uma geração, quebrou tabus e espalhou esperança.
    Um homem que aos 80 anos é capaz de dizer, narrando o fato, que: Há juízes em Berlim, não pode morrer.
Diógenes

2 comentários:

  1. Em Berlim talvez existam juizes, mas em Brasília, acho dificil. Desde os vergonhosos 0x3 que se transformaram em 6x1 no julgamento do ex-governador, perdi a pouca concfiança que tinha no judiciário. E decisões como a do caso Daniel Dantas ou Cesare Battisti só confirmam a minha descrença.

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  2. Se esse for modelo imagino os outros...
    Votei nele em 82, naquela disputa histórica. Uma recontagem de votos teria dado a ele a vitória contra o inimigo e adversário. Depois mudou de lado e passou a ser o escudeiro-mor do Amin. Devemos concluir o quê? que ainda bem que ele perdeu e que até deve ter votado no opositor e errado os tontos que se batiam pela eleição dele?

    Pra quem não tem memória a conversa cai bem.

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