
Copa de 1970 - Noventa milhões em ação! Pra frente Brasil, salve a seleção! Apenas quarenta anos após somos cento noventa milhões. Nos próximos quarenta anos deveremos incorporar mais trinta milhões de almas.
Além do consumo os atuais e estes novos moradores, precisam de educação, segurança, transporte, saúde e também precisam estar inseridos no mercado de trabalho. Enfim muito do que ainda não dispomos atualmente para os cento noventa milhões. Continuamos atrasados para os atuais e não estamos fazendo muito para nos preparar para a chegada dos futuros Brasileiros.
Os Governos Federal, Estadual e Municipal pouco estão fazendo para se adequar as demandas atuais e futuras. Estamos na contra mão da história, muito parecido com o modelo social agonizante de grande parte da Europa, com custos sociais impagáveis.
Por aqui tem setores pensando em reduzir a jornada de trabalho, aviso prévio de 90 dias, aumentar a licença maternidade, tudo isto me parece socialmente interessante, mas alguém tem que pagar estes benefícios. Esta semana o Governo Federal anunciou que vai guardar ridículos R$ 10 bilhões, enquanto que só de juros mensais pagamos mais de R$ 12 bilhões de uma dívida interna avaliada em R$ 1 trilhão e 800 bilhões de reais. Vez por outro ainda se ouve congressistas argumentando a necessidade de aumentar impostos. Esta semana manchete da Folha “Dilma aceitaria novo imposto para saúde, diz líder do governo”. Parece mas não é brincadeira.
No Brasil os custos de empregar são elevados, a carga tributária elevada, falta de infra-instrutura para produzir, alie-se a isto tudo o elevado custo da máquina pública e o baixo nível de investimento produtivo, o alto endividamento dos governos e o crescente nível de endividamento dos brasileiros, a evasão de empregos causados pelo outsourcing (importações brasileiras), são todos ingredientes de uma receita muito cara cuja conta virá para todos os brasileiros no futuro.
O que a iniciativa privada pode fazer?
Investir em eficiência: processos, redução de custos, eliminação de não conformidades, aumento da produtividade, redução de desperdício, logística, capacitação da mão de obra que põe a mão na massa. Investir também em eficácia: Identificar e despertar necessidades nos consumidores e tecnologia que agregue valor aos produtos e serviços fazendo disto um diferencial no mercado.
Fazendo tudo isto muitos produtos e segmentos brasileiros, não são competitivos com os importados, principalmente chineses. Investidor não “rasga dinheiro” e o previsível acontece, a substituição da produção local pelos importados. Outro dia falava com um empresário do setor têxtil, de uma empresa brasileira com mais de 50 anos, que me confessava preocupado pelo fato dos importados (outsourcing) já estarem representando 60% do seu faturamento anual.
A competitividade é salutar para o mercado consumidor, mas quando as regras do jogo são iguais. Neste caso começa o campeonato de futebol e bem na hora de entrar em campo damos havaianas para o nosso time.
Estamos exportando produtos primários – café, soja, minério, entre outros. Em 2010 nossa exportação concentrou-se 95% em grandes empresas e mais de 60% de produtos primários, por outro lado estamos importando de forma crescente manufaturados de valor agregado, os quais competem diretamente com a média, pequena e micro empresa. Estamos produzindo fora porque é semelhante e mais econômico, estamos exportando oportunidades e empregos. Tudo por conta da nossa falta de competitividade. Não existe jantar de graça alguém sempre paga a conta, neste jantar quem vai pagar a conta não está sentando-se à mesa.
*Cesar Zabot
Consultor de Empresas
www.d3c.com.br
zabot.cesar@d3c.com.br
Roberto Scalabrin deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Brasil está criando sua própria crise - Pra Frente...": Concordo plenamente e acrescento:
1-Os técnicos com experiência e capazes de melhorar os processos estão se aposentando;
2-As escolas não conseguem repor esta força de trabalho, na quantidade e muito menos na qualidade necessária;
3-Os dirigentes escolhidos politicamente, além de não ter aptidão desejável, não tem compromisso com a coisa pública mas tão somente consigo mesmo.
Roberto Scalabrin
Concordo plenamente e acrescento:
ResponderExcluir1-Os técnicos com experiência e capazes de melhorar os processos estão se aposentando;
2-As escolas não conseguem repor esta força de trabalho, na quantidade e muito menos na qualidade necessária;
3-Os dirigentes escolhidos politicamente, além de não ter aptidão desejável, não tem compromisso com a coisa pública mas tão somente consigo mesmo.
Roberto Scalabrin