Las Vegas/Urgente
Arlindo Vermes* (vermes@vermes.com)
Correspondente Internacional Terceirizado
Acordamos
todos em Las Vegas refeitos do susto da viagem espacial de ontem.
Estávamos na mesa do café da manhã (breakfast) quando o serviço de
emergência do hotel chega a nossa mesa e comunica que o governador passa
mal e que os paramédicos já subiram para o apto 908. Corremos todos e
imediatamente os oficiais militares que nos acompanhavam acionaram os
serviços da Unimedical Clinic (lá funciona com perfeição) e o Colombo foi levado de ambulância para a clínica médica. Ao ser examinado pelo Doctor Fine Well,
o melhor clínico geral dos Estados Unidos e grande jogador de poker
(por isto prefere trabalhar em Las Vegas), soubemos do quadro
assustador: Os olhos do governador não paravam de rodar.
A pressão sanguínea estava alta (19/28), batimento cardiovascular acelerado (379 batidas por segundo) e um tremor geral. Very difficult situation, disse o médico. Colombo começou a balbuciar alguma coisa. Chegaram mais perto e ouviram sua voz: Moon, moon, moon...
O assessor, com permissão do Dr. Well, colocou o ouvido próximo à
boca do governador e escutou melhor o que ele tentava dizer, em inglês,
ao médico.
Colombo passara a noite inteira sonhando que estava
numa espaçonave em direção à lua e que depois de 9 horas de viagem,
esta não terminara, revelou o assessor.
Foi o sonho mais longo que um ser humano já teve.
Então,
sabiamente como de costume, o Dr. Well concluiu que era tudo resultado
de uma crise psico-somática em razão da experiência vivida sábado, na
órbita terrestre.
Receitou vários comprimidos de VALIUM 25 (uma fórmula mais
potente) e aí, Colombo começou a melhorar. Baixou a pressão, estabilizou
o batimento cardíaco e parou a tremedeira.
Em razão da alta
dose de tranquilizante, Colombo ria de tudo que via... E, depois de um
rápido lanche num posto de gasolina, fomos para a base aérea a fim de
embarcar no Air Force e retornar para a Flórida. Colombo quando viu o
avião na pista, ficou meio ressabiado e disse ao comandante: My assessor
faraway dos botões. Last seat for him, please.
Percebia-se, depois de alguns dias, mesmo traumatizado, o avanço e o
desembaraço na comunicação de Colombo com os americanos. Esta
observação é do Bira.
Almoçamos a bordo e chegamos em Miami
por volta das 14.00 horas. De lá, aconselhados pelo Bira, fomos assistir
uma missa no campus da universidade onde ele leciona, numa cidade um
tanto distante do local em que pousamos.
Colombo passava bem, apresentava sinais progressivos de melhora quando alguém sugeriu, já que era Domingo, ir ao Everglades Park, onde estão os jacarés mais comilões do mundo.
Aqui nos EEUU são conhecidos como alligators.
Quando Colombo avistou o primeiro jacaré, lembrou do jogo do bicho, do
15 e do PMDB. Aí começou a piorar de novo. Chegou a ter convulsões.
Abortada a visita ao Everglades, fomos para Boca Raton. No caminho mais 4 comprimidos de VALIUM 25. E mesmo assim ele não parava de pensar no Luiz Henrique.
Jantamos a típica comida americana: potato chips, catchup and Coke. (Coca-Cola aí no Brasil).
Então, exausto, Colombo pediu para ser levado ao seu hotel. Precisava muito descansar.
O Bira ficou em dúvidas quanto à programação de 2ª feira. Tudo dependeria da saúde do governador e de seus sonhos...
*Arlindo Vermes é enviado especial do Cangablog a Miami. Todas as despesas de passagens, estadia e alimentação são pagas por esta empresa.
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