segunda-feira, 18 de maio de 2009

O "progresso" do Campeche


Cheguei no Campeche em 1985. Tinha estrada de terra e o bairro ainda não era a bola da vez. Agora é. A bola da vez da especulação imobiliária. Não estou pregando aqui que se deixem os bairros abandonados sem os confortos mínimos para os seus habitantes. Asfalto, água encanada, bom transporte coletivo, coleta regular de lixo e bom senso na ocupação do solo.
Aqui acontece o ao contrário. Péssimos ônibus com horários distantes, no verão sem ar condicionado, nenhum equipamento de lazer para a comunidade e asfalto com uma única intenção: fomentar construção de prédios e fazer a festa dos empresários e dos políticos, que sempre levam o deles, liberando para a especulação imobiliária áreas que deveriam ser preservadas ou no mínimo aceitar construções de poucos andares que não interferissem na paisagem.
Em primeiro lugar temos aquele horror que a Pedrita patrocina no Rio Tavares, comendo quase a metade do morro deixando a mostra uma horrível ferida que é a visão principal de quem está na praia da Joaquina. Com isso a Joaquina também já era. No momento em que o "progresso" destrói todos os encantos visuais que são a nossa principal atração na Ilha, está destruindo todo o projeto de atração do turismo. Dentro de pouco tempo turistas que vierem para cá não terão a oportunidade de visualizar o mar e as dunas em seus passeios pela estrada costeira do bairro, a Avenida Campeche. Não bastasse isso, quando chegarem à praia se depararão com as águas poluídas pelo futuro emissário cloacal projetado pelo arremedo de prefeito chamado Dário Berguer.
Sinal dos tempos. Depois da destruição das praias do norte da Ilha os bandidos avançam no sul. O
Campeche é a bola da vez. Único lugar plano na Ilha que ainda não havia sido invadido pelos empresários geradores de "emprego e renda" como gosta de vomitar o governador Luiz Henrique.

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