sábado, 23 de maio de 2009

SAUDADES DA OSMAZOMA

Por Janer Cristaldo

Há palavras que desaparecem da língua como por encanto. Osmazoma é uma delas. Você pode procurá-la no Houaiss ou Aurélio ou demais dicionários contemporâneos. Não vai encontrar. Se quiser encontrá-la, terá de voltar no tempo, ao dicionário de Candido de Figueiredo. Ou ao Caldas Aulete. Apesar da origem francesa, não consta nem mesmo do Petit Robert. Em meus dias de Paris, para inveja de meus leitores gourmands, morei na Rue Brillat-Savarin. Nome indissociável da cultura francesa, Jean Anthelme Brillat-Savarin é autor de um clássico da gastronomia, La Physiologie du Goût. Mas inveja sem nenhuma razão de ser. A rua onde vivi meus dias, apesar de sugerir festança e bona-chira, não tinha sequer um restaurante. Foi rua insípida, que sempre evitava, saindo pelos fundos de meu prédio para cair em uma outra, sem a fama do gastrônomo, mas cheia de vida e odores, a Amiral Mouchez. Minha relação com Brillat-Savarin é outra. Foi nele que encontrei, pela primeira vez, a osmazona. Que tanta falta me fez nos últimos meses. Quem nunca teve um carcinoma, jamais terá idéia do que seja sentir falta da osmazoma. Leia artigo completo. Beba na fonte.

Um comentário:

  1. Cristaldo, pelo que sei de osmazoma, a origem não é francesa, e sim grega: Osme, cheiro e Zômos, fervura. Uma substância nutritiva que existe na carne e dá ao caldo o seu aroma.
    Abraço.

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