Se eu estivesse de passagem pela Ilha de Santa Catarina, nessa cidade que já foi conhecida como Nossa Senhora do Desterro, e hoje é apenas “Bela e Santa” aqui em Florianópolis, depois de ter visitado o Museu Cruz e Sousa, a Casa da Alfândega, o Museu de Arte de Santa Catarina, a casa do pintor Victor Meirelles (aquele da Primeira Missa do Brasil que está em todos os livros didáticos) o Museu que homenageia o pesquisador Franklin Cascaes ali na Universidade Federal de Santa Catarina, enfim, abastecida a mente com a cultura, me dedicaria em alimentar o espírito com um bom trago.
O bar mais antigo da Ilha é a Kibelândia, faz 40 anos agora em 2009, na Rua Victor Meirelles. Ali foi um ponto de resistência na época dos “anos de chumbo”, em que muitos jornais alternativos, greves e passeatas foram planejadas. Um bar democrático em que se pode desfiar um bom papo com jornalistas, escritores, médicos, advogados, nativos, transeuntes e curiosos, onde se serve a melhor comida árabe-mineira de que se tem notícia por aqui.
Na Rua Tiradentes, você encontra o bar Noel Rosa assim chamado porque o proprietário é um carioca casado com uma passista da Mangueira e que adotou a Ilha, faz um bolinho de bacalhau de dar inveja aos portugueses, cerveja geladinha e toda a história do local (quando ainda se chamava Petit) nas paredes, contada em imagens, do velho músico Luis Henrique Rosa (que foi namorado da atriz Liza Minelli) e um grande intérprete da Bossa-Nova, que morou nos Estados Unidos, gravou com um grande número de estrelas norte-americanas, mas que decidiu ficar aqui, o local cultua a sua passagem e também de outros, Raul Caldas Fº, Irê Silva, Aldírio Simões e notáveis personalidades ilhoas.
Se preferir uma batucada em final de tarde, vá até o Casarão, num dos cantos da Praça XV, em frente da Igreja, chope gelado acompanhado da caninha ali de São Pedro de Alcântara, e arraste o pé com a nossa boa música.
No Mercado Público, parada obrigatória, há boas opções: o Bar do Goiano oferece comida típica; a Mercearia do Alvin, quibe, bacalhau e a linguiçinha húngara (a mesma que servida na Ocktoberfest em Blumenau); mais adiante, o Box 32 do Beto Barreiros, cartão de visitas da cidade, todo o mundo passa por ali, do artista Juarez Machado ao visionário arquiteto Jayme Lerner ou o músico Arthur Moréia Lima...
Se você preferir ficar mais “cool” o se sentir um inglês desgarrado, vá até o Donnovan, que fica ali nas proximidades da Bocaiúva, tem até jogo de dardos para dar autenticidade ao pedaço, cerveja importada de qualidade e petiscos de tirar o fôlego, um lugar clássico, imperdível.
Com a família junto não custa tentar a Lagoa da Conceição, um antigo boteco que se tornou restaurante, a Casa do Chico, na Avenida das Rendeiras, um lugar com história, pioneiro em atender o beautiful people no tempo em o lugar foi descoberto pelos surfistas e a caipirinha era a bebida dos deuses, está tudo lá, com o mesmo proprietário, o mestre Cantídio Rosa, ou só Chico como gosta de ser chamado.
O mais antigo da Lagoa, tradicional por sua oferta de siris, sírias ovadas, coisa de louco, é o Restaurante Oliveira, um lugar que é ambas as coisas, bar e restaurante, dependendo do que o freguês quiser.
Lugarzinho sossegado, que tal a Cantina da Freguesia, no centrinho da Lagoa? Mais de 40 marcas de cervejas, outro tanto de vinhos nacionais e importados, um bom jazz de fundo, e a comida que você preferir, um espagueti com frutos do mar, por exemplo!
Olha! Ser turista aqui na Ilha de Santa Catarina não é fácil. Moro nessas bandas há 25 anos e confesso, não consigo deixar de me surpreender...
Sobre bares, botecos e similares, qualquer incursão vale pelas descobertas, como um desbravador buscando um novo caminho para as Índias, percebendo um Eldorado em todos os portos e se encontrando (ou se perdendo) em todos eles!
Gostei do roteiro do Olsen.
ResponderExcluirAcho que vou fazer o todo o trajeto.
Levo no bolso a carteirinha da Help...