quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ainda o carteiraço da desembargadora

Do livro Vadios e Ciganos, Heréticos e Bruxos - Os degredados no Brasil-Colonial", Geraldo Pieroni, Edit. Bertrand Brasil.
Nas Ordenações do Reino (Filipinas, Afonsinas e Manuelinas) os crimes estão no Livro V. Trecho que muito explica triste evento ocorrido semana passada:

"Nas Filipinas, há um título assim formulado "Das Pessoas que São Escusas de haver Pena Vil". Lá se encontra a lista das profissões e dos títulos nobres que "devem ser revelados de haver pena de açoutes, ou degredo com baraço e pregão, por razão de privilégios ou linhagem". São estes os escudeiros dos prelados e dos fidalgos, os escudeiros a cavalo, os moços da estribeira do rei ou da rainha, os princípes e os infantes,os duques, os marqueses, os prelados, os condes ou qualquer pessoa do Conselho Real e os pajens dos fidalgos. Todos esses nobres deviam ser registrados nos livros reais. "Os juízes, os procuradores os pilotos de navios e outros" completam a lista daqueles que n ão mereciam o açoite.
Os fidalgos escapavam do açoite, mas, raramente, conseguiram evitar o degredo. Às vezes, se esquivavam também da cerimÃ?nia pública do auto-da-fé, onde os inquisidores faziam os penitentes desfilarem em procissão solene nas principais ruas da cidade. Para alguns, a solenidade da leitura da sentença era secreta, unicamente diante dos juízes, na sala do tribunal. A humilhação pública sempre foi reservada às pessoas comuns, deixando nelas os estigmas da vergonha".

Um comentário:

  1. E isso só está mudando agora, por obra dos nerds que nos proporcionaram os badulaques digitais e a bendita anárquica internet.

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