Por Edison da Silva Jardim Filho
A atividade política não recebe a cobertura adequada da imprensa em Santa Catarina. A maioria dos jornalistas e colunistas políticos restringe-se à publicação de notícias que lhes são passadas pelos próprios políticos, e de recados que estes desejam dar aos seus desafetos momentâneos. Falta-lhes competência ou independência, ou as duas juntas, para fazer o debate sobre o funcionamento das instituições políticas, e colocar luz sobre a vida pública dos políticos do nosso Estado. Esse debate e essa luz, numa democracia minimamente substantiva, seriam também tarefas dos políticos. Isso é próprio da democracia, e acontecia no Brasil até a ditadura militar ser implantada em 1.964. Democracia é um regime político que, para funcionar bem, necessita do confronto dos políticos, quer posicionando e debatendo ideias e ideais, quer mostrando ao eleitorado as diferenças de procedimento ético que mantêm entre si. Mas só o que se vê, e ficou escancarado mais ainda nestas eleições gerais, é o compadrio e o corporativismo deles. Criou-se, aqui, o mito de que o eleitor não vota no político que enfrenta de peito aberto os adversários. Dane-se a política de resultados! A democracia deve estar acima dos interesses mesquinhos eleitorais. Mais uma vez, ficou muito fácil para eles, já que, aparentemente, todos “têm rabo preso”... E o eleitorado, ignorando aspectos importantes da vida pública dos candidatos, vota em verdadeiras grifes e marcas, não em pessoas de carne e osso como nós. Percebem?... Como eles se perpetuam na política, ocupando no decorrer de suas vidas uma série imensa de cargos públicos, em eleições influenciadas cada vez mais pela comunicação de massa, os seus nomes soam, familiarmente, nos ouvidos do eleitorado, tanto quanto as marcas e grifes de roupas, alimentos e automóveis.
Tudo isso para dizer que há um político em Santa Catarina cuja vida pública merecia ser focalizada pela imprensa, sob a perspectiva acima exposta. É o candidato a vice-governador do Estado na chapa de Raimundo Colombo, o médico cardiologista Eduardo Pinho Moreira.
Ele e o seu grupo político especializaram-se em Celesc, e a vêm dominando, amplamente, faz já muito tempo. Como todos sabem: a Celesc é a maior empresa de Santa Catarina.
O engenheiro civil Paulo Roberto Meller, que sucedeu Eduardo Moreira como prefeito de Criciúma, foi presidente da Celesc de janeiro de 1.995 a março de 1.996. Paulo Meller é o atual tesoureiro do PMDB estadual, cujo presidente era, até ser candidato, Eduardo Moreira. Eduardo Moreira presidiu a Celesc de agosto de 1.997 a dezembro de 1.997. Depois da divisão da Celesc em três empresas: Celesc Holding, Celesc Distribuição e Celesc Geração, Eduardo Moreira foi presidente delas todas, de janeiro de 2.007 a março de 2.009. De março de 2.009 a julho de 2.009, Eduardo Moreira presidiu a Celesc Holding e a Celesc Geração. Desde março de 2.009, Paulo Meller é diretor técnico da Celesc Geração. E desde julho de 2.009, Paulo Meller acumula os cargos de presidente e diretor técnico da Celesc Geração. O engenheiro eletricista Eduardo Carvalho Sitônio, outro integrante do núcleo duro do grupo político chefiado por Eduardo Moreira, ocupa, desde janeiro de 2.003, ou seja, há mais de sete anos, o cargo de diretor técnico da Celesc Distribuição. A diretoria técnica da Celesc Distribuição é a mais importante, em termos estratégicos e financeiros, comparada com as outras diretorias das quatro empresas da Celesc. O conglomerado abrange também a SCGás.
JMC deixou um novo comentário sobre a sua postagem "“EREMILDO, O IDIOTA”": Sensacional! Eu nunca vi ninguém chamar uma pessoa de ladrão de forma tão sutil e ao mesmo tempo certeira.
JOSÉ MURILO DA COSTA
LCP deixou um novo comentário sobre a sua postagem "“EREMILDO, O IDIOTA”": Muito oportuna e consistente a análise do advogado Edison da Silva Jardim. Além de conhecer muito bem os bastidores do poder na Celesc, ele realmente toca fundo numa "ferida" que poucos têm a coragem de tocar. A imprensa, notadamente as colunas políticas, se transformaram num mural de recados de uma "pequena" mais "poderosa elite política".
Luiz Carlos Padilha
Academido de jornalismo
Muito oportuna e consistente a análise do advogado Edison da Silva Jardim. Além de conhecer muito bem os bastidores do poder na Celesc, ele realmente toca fundo numa "ferida" que poucos têm a coragem de tocar. A imprensa, notadamente as colunas políticas, se transformaram num mural de recados de uma "pequena" mais "poderosa elite política".
ResponderExcluirLuiz Carlos Padilha
Academido de jornalismo
Sensacional! Eu nunca vi ninguém chamar uma pessoa de ladrão de forma tão sutil e ao mesmo tempo certeira.
ResponderExcluirJOSÉ MURILO DA COSTA
Coerentes e verdadeiros os fatos relatados por Jardim, profundo conhecedor da gestao da Celesc da qual ja foi diretor, alias de boa lembraca aos celesquianos, acho que ele como eu tem saudades da rivalidade sadia da politica, onde adversarios nem se cruzavao na mesma calcada,imagina propiciar este suruba eleitoral,hora Luiz Henrique "MDB" pedindo voto pro afilhado do Bornhausen "ARENA" e ninguem diz nada ou comenta...
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