03 DE OUTUBRO: UM DIA QUE AS
ESQUERDAS DETESTAM LEMBRAR
ESQUERDAS DETESTAM LEMBRAR
Por Janer Cristaldo
Faz vinte anos. Era inverno e fui bronzear-me em Berlim. Afinal, como dizia um jornalista francês, o sol da liberdade também bronzeia. O Muro começava a ser derrubado e eu não poderia furtar-me ao gesto simbólico de quebrá-lo com minhas próprias mãos. Os comunistas alemães construíram uma obra para desafiar os séculos. Mais fácil demolir pirâmides. Meu martelo voltava com força a cada golpe e quase rebentei os dedos para conseguir dois míseros caquinhos. A solidez do concreto dava-lhe um caráter de eternidade e contaminou as mentes: escritor algum ousou antecipar em suas ficções ou ensaios a derrubada do Muro. Não devem ter lido Marx com atenção. Já no Manifesto, o profeta irado anunciava: tudo que é sólido se desmancha no ar. Leia tudo. Beba na fonte.
Faz vinte anos. Era inverno e fui bronzear-me em Berlim. Afinal, como dizia um jornalista francês, o sol da liberdade também bronzeia. O Muro começava a ser derrubado e eu não poderia furtar-me ao gesto simbólico de quebrá-lo com minhas próprias mãos. Os comunistas alemães construíram uma obra para desafiar os séculos. Mais fácil demolir pirâmides. Meu martelo voltava com força a cada golpe e quase rebentei os dedos para conseguir dois míseros caquinhos. A solidez do concreto dava-lhe um caráter de eternidade e contaminou as mentes: escritor algum ousou antecipar em suas ficções ou ensaios a derrubada do Muro. Não devem ter lido Marx com atenção. Já no Manifesto, o profeta irado anunciava: tudo que é sólido se desmancha no ar. Leia tudo. Beba na fonte.
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