domingo, 10 de outubro de 2010

ONDE OS TÉCNICOS SÃO A SOLUÇÃO

Por Edison da Silva Jardim Filho
       Já que “o que não tem remédio, remediado está”, então deseja-se que o futuro governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, faça um grande governo! E o fará, com certeza, se levar ao plano da realização três ou quatro propostas que foram por ele próprio formuladas, durante a campanha eleitoral.
       O candidato Raimundo Colombo afirmou, na primeira fase da campanha, antes de fechar a coligação eleitoral que o levou à vitória já no primeiro turno, que a criação das 36 secretarias de desenvolvimento regional, produto da descentralização administrativa adotada no governo de Luiz Henrique da Silveira, representou um “cabide de empregos” e que elas “deveriam ser avaliadas.” “A secretaria regional deve ser coordenadora, não executora. Elas deveriam ser...formadas apenas por servidores efetivos. Com isso, seria possível criar um modelo com quatro ou cinco pessoas por secretaria.” Como visto, o candidato Raimundo Colombo questionou o número de secretarias regionais, de seus funcionários e de cargos de nomeação política, bem como a eficácia administrativa delas. Uma única secretaria regional em cada macro região, com um número restrito de funcionários efetivos e de cargos de confiança, que tivesse funções de coordenação e não de execução; este o modelo ideal para o governador Raimundo Colombo, que, convenhamos, é muito mais razoável do que o atual.
       É sabido que a prioridade número um do governo de Raimundo Colombo será a área da saúde. A expectativa é imensa, pela ênfase e arrojo das propostas: um grande hospital de referência em determinada especialidade, como ortopedia, por exemplo, não distante mais do que uma hora, de carro, de nenhum catarinense; uma policlínica para atendimento a casos e exames de baixa e média complexidades, para cada 100 mil habitantes; mutirões de consultas e de cirurgias com especialistas... Durante a sua meteórica candidatura a governador do Estado, Eduardo Pinho Moreira afirmou, sobre o desempenho da secretaria da saúde nos governos de Luiz Henrique, o que, com muito mais razão, caberia à secretaria da segurança pública, administrada pelo seu afilhado político e deputado federal eleito, Ronaldo Benedet: que não nomearia para secretário da saúde um político ou alguém que tivesse a intenção de se candidatar a mandato eletivo. Os deputados Fernando Coruja e Dado Cherem ocuparam o cargo de secretário da saúde nos dois governos de Luiz Henrique. A avaliação correta do candidato Eduardo Moreira excepciona, por óbvio, a necessidade da secretaria da saúde ser entregue à batuta de um vice-governador médico, que ainda precisa mostrar, à sociedade catarinense, os seus dotes administrativos e o desprendimento que o teria levado à vida pública. Não é possível que o governador Raimundo Colombo consinta na continuidade do manejo do conglomerado Celesc pelo vice-governador Eduardo Moreira, agora através de interpostas pessoas, como o atual presidente da Celesc Geração, Paulo Roberto Meller, e o diretor técnico da Celesc Distribuição, Eduardo Carvalho Sitônio.
       Outra promessa do candidato Raimundo Colombo é a de nomear técnicos para comandarem a secretaria da segurança pública, por considerar “incompatível a atividade político-partidária com as ações de segurança.” Foram secretários da segurança pública durante os dois governos de Luiz Henrique, os então deputados estaduais, João Henrique Blasi e Ronaldo Benedet. É impossível alguém conseguir suplantar, um dia, em mediocridade e irresponsabilidade, a gestão de Ronaldo Benedet na secretaria da segurança pública.
       Não se ouviu nenhum candidato a governador abordar, sob o mesmo enfoque, a secretaria da educação administrada, nos governos de Luiz Henrique, pelo senador recém-eleito, Paulo Bauer. Mas, diante dos parcos e inconsistentes resultados apresentados por ele, no decorrer da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, seria auspicioso que o governador Raimundo Colombo também optasse por nomear um quadro técnico para a secretaria da educação.

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