Por Sergio Rubim
A rapadura é doce mas é dura, diz o ditado.
O governador Raimundo Colombo foi o grande vencedor das eleições ganhando no primeiro turno e mostrando uma perfomance eleitoral invejável. É claro que esse desempenho nas urnas não se deveu apenas a sua carinha de bom moço.
Teve por trás uma máquina econômica poderosíssima, apoio da grande maioria dos prefeitos, uma coligação de partidos imbatível e o trabalho político magistral de Luiz Henrique da Silveira.
Nadando de braçada e em lua de mel com a política, o novo governador de Santa Catarina resolveu que só falaria de nomes para compor o seu governo na volta de viagem à Espanha. Até aí tudo bem. Só que logo negou a afirmação citando o nome do professor Ubiratan Resende para ser o homem que dirigirá o processo de transição do seu governo.
Ubiratan, Bornhausen Boy de carterinha, seria uma indicação de Jorge Bornhausen. O nome de "Bira" causa arrepios na coluna vertebral de muita gente. Ubiratan capitaneou uma transição traumática no Sebrae/SC, fazendo uma reengenharia (nome da moda na época) para sanear dívidas da administração Vinícius Lumertz.
A citação do professor a princípio não causou muita reação. Mas quando Raimundo achou que o nome tinha sido digerido deu mais um passo: Ubiratan será o Secretário da Fazenda.
Pronto! Estragou toda a carne que era para a linguiça!
A primeira reação partiu de dentro da trincheira Demista. A ala Bossa Nova dos Demos (grupo mais "moderno" e semi-independente do bridão do Kaiser), que reúne lideranças, prefeitos e deputados com votos, reagiu de forma clara em alto e bom som. Não aceitam a imposição do nome Ubiratan Resende que sequer participou da campanha pois mora nos Estados Unidos.
A ala Bossa Nova não é fraca. Tem nomes como Antônio Gavazzoni, o deputado Cesar Souza Júnior, José Nei Ascari, João Paulo Kleinubing, João Rodrigues, Jean Kulhmann, prefeito Miltom Hobus, Darci Matos, o presidente dos Demos de Blumenau Nelson Santiago e o presidente da Assembléia Legislativa, Gelson Merísio, campeão de votos para deputado estadual.
Não é pouca coisa! Mas na verdade o que está pegando é quem vai ficar com o cofre!!!!!!
Quem será o Secretário da Fazenda.
Antônio Gavazzoni é o nome da ala Bossa Nova. Foi arrecadador de campanha, provavelmente negociou com bancos, principalmente com Bradesco o grande credor das letras podres do Paulo Afonso (lembram?) e que agora está em processo de federalização em transação urdida entre José Sarney, Delcídio do Amaral, Leonel Pavan e outros "engenheiros" da política estadual e nacional.
O lance é pegar a Secretaria da Fazenda para acertar o baralho da campanha e meter a mão numa grana boa com a federalização das Letras do Tesouro de SC. Embora isso aumente a dívida do estado em R$ 3 bilhões.
A reação da ala Bossa Nova também é um recado ao PMDB, que segundo o governador eleito, Raimundo Colombo, terá a maioria das secretarias dentro da divisão de cotas.
Ah! Ia me esquecendo: Gavazzoni é cunhado de Gelson Merísio.
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