sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Florianópolis cidade sem lei

É impressionante o número de crimes cometidos em Florianópolis nos últimos meses. Agora, o que se restringia à bairros periféricos com histórico de violência, acontece diariamente no centro da Capital. Assaltos, roubos, espancamentos, assassinatos e invasões à domicílios são noticiados permanentemente nas televisões, jornais e rádios da cidade.

A capital foi totalmente abandonada pelo poder público. Não se vê polícia na rua e nem mesmo a Guarda Municipal que, agora armada, só aparece para multar carros sem cartão da Zona Azul. São meros agentes arrecadadores de um poder podre e ausente.

Nas escolas da cidade o mais comum é a intimidação de professores por alunos de todas as idades e sexo. Se sentem à vontade para agredir e destratar seus mestres pois sabem da impunidade e da ausência do poder. Escolas hoje são terra de ninguém.

O centro de Florianópolis foi invadido por moradores de rua, a maioria "pedreiros" (fumadores de pedra de crack), que tomam conta das calçadas onde dormem tranquilamente durante o dia sem se preocupar com nada. Usam drogas ali mesmo, a qualquer hora e na frente de todos. 

A rua Victor Meirelles, bem no centro, é um bom exemplo do descaso com que nossa cidade está sendo tratada por profissionais da política que tomaram de assalto a administração da cidade e a transformaram em um grande balcão de negócios.

Esta rua histórica que começa na Praça XV e termina na Av. Hercílio Luz  foi tomada por moradores de rua, flanelinha e pedintes. Na calçada em frente ao antigo restaurante Kafa moram sete pessoas e quatro cachorros. Na calçada!
Improvisam camas com caixas de papelão e ali passam os dias bebendo e fumando crack.


Na esquina em frente à Delegacia Regional do Trabalho moram mais quatro pessoas. Na calçada!

A segunda quadra da Victor Meirelles, em frente à Kibelândia, que há anos foi tranformada em Corredor Cultural por decreto da municipalidade, agora pertence a flanelinhas que gerenciam um estacionamente de motos que superlotam a rua impedindo o trânsito de pessoas. 

No último dia 27, cerca de meia noite, o professor de Química, Gilmar Antonio Rosa, 55 anos, foi assaltado por três marginais quando saia da Kibelândia. Foi imobilizado e jogado no chão ficando com o rosto todo cortado e com vários hematomas. Polícia? Ninguém sabe, ninguém viu!
O professor que leciona no curso Energia, Escola Técnica e Instituto de Educação já foi ameaçado pelo estudante paraguaio, Alejandro David Espinoza Sanchez de 16 anos em frente à direção da escola sem que nenhuma atitude tenha sido tomada. Está abandonando a escola.


Ontem (28) dois cavalarianos da PM, que surgiram como que por milagre, tiveram que passar com os seus cavalos pela calçada pois a rua estava entupida de motos. Os PM conseguiram tirar os moradores de rua da calçada do Kafka. Eles saíram arrastando seus cobertores sujos e, seguidos pelos cachorros, se dirigiram à Praça XV. Ao passarem em frente ao Museu Victor Meirelles puderam apreciar uma instalação do professor italiano Massimo Canevacci que construiu bonecos com chocolate e outros ingredientes perecíveis. 

Os objetos de arte foram colocados na rua e, de certa forma, representavam o abandono das vias públicas e principalmente dos seres humanos.

Nei Duclós deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Florianópolis cidade sem lei": Grande matéria, Canga, parabéns. Acertou na mosca. Por todo lugar, vemos o fruto da incompetência e da incúria dos políticos

L.C.Padilha deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Florianópolis cidade sem lei": Caro, Canga!
Tua verve jornalística está mesmo aguçada. Conseguiu, a um só tempo, mostrar com um bom texto e fotos, os graves problemas que estão afetando as pessoas que circulam pelo centro da cidqade. A pequena rua Victor Meirelles - que deveria ser um corredor cutural- virou estacionamento de motos e dormitório de pessoas, que, como os bonecos de chocolate na arte exposta pelo professor Massimo Canevacci, estão derretendo pelo consumo de crack, esquecidos pelo poder público.
Abr Luiz Carlos Padilha


L.A. deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Florianópolis cidade sem lei":
Prezado Canga, isso não é "privilégio" apenas do centrão. Em área nobre, na Av. Othon Gama D'Eça, cerca de 5 moradores de rua moram na imobiliária Koerich. Basta que os funcionários fechem a imobiliárias que os "inquilinos noturnos" chegam. Pegam suas camas de papelão, estrategicamente guardadas no local, e ficam ali durante a noite toda, fumando crack e bebendo. Volte e meia brigam durante a madrugada. A policia é chamada todas as noites, mas não faz nada!  

3 comentários:

  1. Caro, Canga!
    Tua verve jornalística está mesmo aguçada. Conseguiu, a um só tempo, mostrar com um bom texto e fotos, os graves problemas que estão afetando as pessoas que circulam pelo centro da cidqade. A pequena rua Victor Meirelles - que deveria ser um corredor cutural- virou estacionamento de motos e dormitório de pessoas, que, como os bonecos de chocolate na arte exposta pelo professor Massimo Canevacci, estão derretendo pelo consumo de crack, esquecidos pelo poder público.

    Abr Luiz Carlos Padilha

    ResponderExcluir
  2. Grande matéria, Canga, parabéns. Acertou na mosca. Por todo lugar, vemos o fruto da incompetência e da incúria dos políticos.

    ResponderExcluir
  3. Prezado Canga, isso não é "privilégio" apenas do centrão. Em área nobre, na Av. Othon Gama D'Eça, cerca de 5 moradores de rua moram na imobiliária Koerich. Basta que os funcionários fechem a imobiliárias que os "inquilinos noturnos" chegam. Pegam suas camas de papelão, estrategicamente guardadas no local, e ficam ali durante a noite toda, fumando crack e bebendo. Volte e meia brigam durante a madrugada. A policia é chamada todas as noites, mas não faz nada!

    ResponderExcluir