Deu na Folha:
Ministério Público Federal apura suspeita de irregularidade na aquisição do equipamento de escuta Guardião. Polícia selou contratos com a empresa Dígitro, no valor de R$ 49 mi; acusações vão de desvio de recursos a sonegação
MATHEUS LEITÃO
DE BRASÍLIA
O Ministério Público Federal em Santa Catarina abriu investigação contra a empresa de segurança Dígitro e a Polícia Federal por suspeita de irregularidades na compra de aparelhos de escuta. A investigação recai sobre a compra de 36 plataformas Guardião, que registram áudios de ligações interceptadas, montam redes de relacionamento de investigados e transcrevem gravações.
A Folha apurou que as suspeitas nos contratos, descritas no ato de abertura da investigação, são de desvio de dinheiro público, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e uso fraudulento de sistema informatizado. A investigação está sob sigilo.
A Dígitro faturou R$ 49 milhões com a venda dessa tecnologia para a PF. A compra do Guardião da Superintendência da PF em São Paulo foi fechada com patrocínio da Caixa Seguradora, que tem capital estrangeiro.
Os outros 35 foram fechados com contratos semelhantes, intermediados pela S enasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública) do Ministério da Justiça, mas com patrocínio do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), por meio de um acordo de cooperação.
A Caixa Seguradora e o Pnud não são investigados. A Caixa deu R$ 1,2 milhões, e o Pnud, R$ 9,7 milhões. Os outros R$ 38 milhões saíram dos cofres públicos.
A Dígitro desenvolveu o Guardião em parceria informal com a PF em Santa Catarina e passou a vendê-lo. Pelos contratos, 15 Estados e o DF receberam a plataforma.
Em setembro de 2009, a Folha revelou que o presidente da Dígitro, Geraldo Faraco, e o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, são amigos. A maioria dos contratos foi fechada quando Corrêa comandava a Senasp.
A investigação do Ministério Pública foi aberta a partir da acusação de três técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina.
Eles reivindicam, em outras ações na Justiça, os direitos autora is sobre dois softwares desenvolvidos e usados no sistema.
Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "PF é investigada por compra de aparelhos da Dígitr...": Um dia desses, eu comentei no Blog do tijoladas que a Policia Federal de Florianopolis costumava não investigar os agentes publicos e os empresarios corruptos porque tambem estava fazendo falcatruas junto deles. A confirmação saiu agora, estamos num mato sem cachorro,Lastimável.
Jean Pierre
Um dia desses, eu comentei no Blog do tijoladas que a Policia Federal de Florianopolis costumava não investigar os agentes publicos e os empresarios corruptos porque tambem estava fazendo falcatruas junto deles. A confirmação saiu agora, estamos num mato sem cachorro,Lastimável.
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