terça-feira, 12 de julho de 2011

DOIS ANOS DE MIL E SETE


Por Rosielle Machado, com fotos de Gabriel Vanini

    No banheiro feminino do Porão 1007, três amigas cambaleavam declamando Carrapicho – famosa banda de batucada que se vestia de índio nos anos 90 – aos berros. Eram só 23h30. Lá fora, a fila de entrada estava mais comprida que em dia de estrogonofe de camarão no RU. Na pista de dança, Lady Gaga (sempre ela) soava nas caixas de som, enquanto um casal de homens se beijava e meninas com cabelo impecável e saltos altíssimos posicionavam-se estrategicamente em frente ao maior ar-condicionado do lugar. 

    Há dois anos, nem a fila quilométrica, nem o ar-condicionado nem as arrumadinhas empiastradas estavam lá. Em 2009, na primeira festa do 1007 Boite Chik, todos os indies da cidade cozinhavam espremidos entre o pole dance e o bar. Não havia espaço para mulheres-divinas ou correntes de ar. O único aparelho de ar-condicionado era pequeno e velho. Os espelhos estavam suados, muito suados. A estrutura do show era improvisada: quando foi cantar, a vocalista da banda levou um choque na boca. Mas ninguém ligava, era uma festa no inferninho, muito avant garde.

    Naquela noite de 2009, como no último sábado, a atração principal era o Copacabana Club. Se não fosse por aquele primeiro show, o lugar provavelmente nem teria passado de puteiro a balada. Rafael Korova, atual sócio do 1007, estava na sacada do prédio da promotora Ju Baratieri pensando em um lugar para fazer o show em Florianópolis quando notou o 1007 ali embaixo. Os dois desceram na hora para tentar uma conversa e deram sorte: a direção tinha acabado de mudar e o novo dono não gostava de trabalhar no ramo da libertinagem. Ele tinha recebido o 1007 em uma dívida, mas não exibia o brilho do cafetão. Leia matéria completa. Beba na fonte.

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