segunda-feira, 23 de maio de 2011

Dispersão silenciosa

Por Marcos Bayer

    Os átomos se juntaram, formaram células que formaram tecidos, daí nasceram os corpos e deles o movimento. Fez-se a vida. Ela expandiu-se sobre o planeta. Ao longo da evolução do cérebro, aumentava a necessidade psíquica de uma explicação sobre a existência, a desgraça e o prazer. Em cada fase da aventura humana procurou-se uma teoria ou explicação. Do Budismo ao Espiritismo. São inúmeras religiões, da católica à islâmica. Todas elas baseadas na esperança, na aceitação e na fé.

    Neste inicio de milênio, apenas alegórico, pois o tempo é um continuum, é possível constatar uma nova relação entre os homens: O contato virtual. Redes de relacionamentos que aproximam pessoas e resgatam antigas amizades, promovem o comércio de sushi e até o sexo frio.

    De um lado uma ferramenta de trabalho cada vez mais completa, de outro uma máquina de criação de fantasias e repassadora de e-trash. O computador foi uma solução encontrada, talvez por acaso, para gerir as necessidades da explosão populacional. Nos últimos 50 anos passamos de dois e meio para sete bilhões de pessoas. 

    O Google passou a ser o grande dicionário, multi língua, fonte de pesquisa de todos os temas. Nossa biblioteca planetária. Alexandria internacional.
     
    Ora conclama e organiza movimentos como aconteceu no Egito, recentemente. Depois, afasta os homens conectados na solidão dos teclados.

    Não estamos longe do momento em que teclaremos a palavra “Deus”. E neste dia o computador responderá: “Entidade criada pelo ser humano para suportar sua existência”.

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