quarta-feira, 6 de julho de 2011

Indigência mental e o politicamente correto

Por Emanuel Merdeiros Vieira
 
    Pior do que está não fica? Fica!
    A nova burocracia ou “nomenklatura” quis proibir Monteiro Lobato. Quer regular tudo. Vamos nos lembrar das cantigas de infância?

 
    As crianças não poderão mais cantar a antiga cantiga “O cravo brigou com a rosa etc, etc”.

 
Qual a explicação dos “notáveis pedagogos? 

 
    Para eles, a briga entre o cravo – que representa o homem –, e a rosa – a mulher –, caracteriza um conflito entre um casal... (No mundo “virtual”, eles não existem.)
    

    Eis a nova letra: “O cravo encontrou a rosa debaixo da escada/o cravo ficou feliz e a rosa encantada.” Como disse um leitor, por pouco não enquadraram o cravo na Lei Maria da Penha.
    Os energúmenos que comandam a Educação brasileira, esquecem que essa letra faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos (não é assessor da Eletrosul, Ideli!) criou, baseada no nosso folclore. 


    Vamos nos lembrar de outra música? “Lelê tá doente/tá com a cabeça quebrada/Lelê precisava é de umas boas palmadas/”. O verso também foi modificado porque palmada na bunda é proibido, pois incita a violência.


    De novo, Villa Lobos (olá, ministro Fernando Haddad, o citado compositor não é cantor de pagode) foi atingido. É ele o autor a música.


    Além da banalização da violência, da estupidez, da corrupção desenfreada, do elogio da mediocridade, da ocupação dos espaços públicos pela “companheirada”, o talento está virando um perigo.

    
    Querem nivelar tudo por baixo. Um Beethoven seria igual a um burocrata sindical. Repetirei à exaustão: os homens nascem iguais, mas são diferentes pelos seus méritos. Insisto: mérito. Palavra detestada pelos donos do poder.

    Não adiantam as aleivosias, os ataques anônimos: “vestiu a camisa pela direita.” Não me atingem. O que me aflige é a burrice. “Pai, NÃO Perdoai-lhes, porque eles sabem o que fazem.”


     Ricardo Pereira de Miranda diz que não poderemos mais chamar o grande escultor mineiro de Aleijadinho, mas de Antônio Lisboa. Aleijadinho seria  desqualificativo. 

     Se a coisa continuar desse jeito, os que condenam a mediocridade reinante serão processados pelo tacão do MEC, pelo petismo mais tacanho (existe outro?) e pelos sindicatos apadrinhados e aparelhados.

    Ou queimarão Monteiro Lobato em praça pública?

 
Aliás, por onde anda a UNE?

 
    Temo que essa gente berre como o general fascista e na Guerra Civil Espanhola: “Abaixo a inteligência! Viva a morte!”                                                                                 

                                                                                                                                                                       (Salvador, julho de 2011)

Comentário:
Canga,
Se a rosa não pode mais ser ferida,
Se o gato não pode mais levar pau,
Se o Aleijadinho tem que ficar curado,
Então o Luís Inácio não pode mais ser Lula...
Elas não merecem...
Nem nunca antes, num mar como este... 

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