Pedra no Sapato

Por Zeca Nunes Pires

Sei que esse assunto sempre é uma pedra no sapato do pessol que faz cinema com seriedade em SC. Não vou falar sobre o filme antes de vê-lo, aliás gostaria de ter motivos para falar bem de um filme feito aqui. Mas, a forma de produção dele (que todos sabem, como foi viabiliazado) é reflexo de uma política cultural megalomaníaca e escrota.
O que nos salva é o Edital de Cinema, criado em 2001, através de lei.

Segurança Nacional

Mesmo sabendo que o filme em questão custou R$ 5,5 milhões (500 mil diretamente do Governo Estadual e 5 milhões conseguidos pelo mesmo governo com empresas, por meio de leis de incentivo); mesmo vendo meus colegas talentosos (como Maria Emília Azevedo, Eduardo Paredes) penar para fazer decolar a produção de seus primeiros longas e com excelentes projetos e currículos; mesmo sendo testemunha do calvário do mestre Sylvio Back - catarinense com mais 10 longas nas costas -, que levou mais de 3 anos para conseguir viabilizar com esse mesmo governo parte da verba do seu último documentário, um marco sobre a Guerra do Contestado; mesmo sendo injustiçado pelo mesmo governo, que atrasou parcelas do meu longa, pois disse que o principal projeto do Cinema Catarinense, o Edital, foi realizado por esses mesmo colegas e eu, na época presidente da Cinemateca.
Como o projeto foi feito no Governo Amin, não só me rotularam como me perseguiram por ter sido um dos pivôs da criação do Edital. Lembro até que numa das discussões, quando esse mesmo Governo assumiu e não queria pagar o nosso prêmio, a amiga e cineasta Isabela Hoffmann disse o que todos queríamos dizer, que era um projeto da classe, faríamos o que fizemos se fosse o outro Governo que aceitasse conversar com a classe e promulgar o Edital; mesmo assim eu queria falar bem de um filme feito aqui, talvez esteja errado, mas isso é de mim, infelizmente não dá para encontrar elogios e não dá para calar também diante de mais esse absurdo e abuso contra a nossa cultura.

renato deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Pedra no Sapato": Ô Zeca,vc esperava o que de um diretor que nunca fez um curta,nunca ralou com assistente e que tinha no curriculo e no DNA o sobrenome de um assecla do L.H.Bocelli?Isto bastou durante um longo reinado de 8 anos de trevas,transvestidos de "alta cultura" e megalomanias,com direito a um assessor provinciano,suburbano mesmo,irmão do maior kaô da nossa cultura.O ilustrador que quer se passar por pintor e que engana os otários com quadros da mesma qualidade do "Segurança Nacional" ou seja nenhuma.
É chegada a hora do trôco.Vc,Paredes,M.Emília,S.

Back tem que vir à tona e contar o que foram êstes desastrados anos de chumbo para a cultura.Ah,não se esqueça do homenagear o Gilmar Knaesel,prova inequívoca do nível rasteiro,mafioso e despudorado do estilo LHS de governar.Um abraço solidário

renato deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Pedra no Sapato": Canguita,soube hoje que o cara é o provável diretor do programa do PMDB.Vamos nos matar de rir!!