Por Edison da Silva Jardim Filho
Depois da posse do governador Raimundo Colombo, vitorioso já no primeiro turno das eleições de outubro do ano passado, o jornal “Diário Catarinense” e o seu colunista político mais importante, Moacir Pereira, publicaram reportagens, notícias, dados e denúncias sobre a esculhambação administrativa- a expressão é minha- que caracterizou os oito anos do governo de Luiz Henrique da Silveira em Santa Catarina.
Algumas pessoas esclarecidas ou que se consideram esclarecidas, em Florianópolis, por acharem que o órgão da imprensa e o jornalista nominados deveriam ter agido dessa forma durante todo o período dos dois governos de Luiz Henrique e na última campanha eleitoral, passaram a criticá-los, até acerbamente, inclusive com a publicação de comentários e artigos em blogs. Eu mesmo ouvi essa ladainha, de viva voz, de quantas delas. Na avaliação de tais pessoas, se os grandes veículos da mídia e os seus jornalistas de maior visibilidade tivessem cumprido o papel informativo e crítico que deles se espera, o resultado das eleições para o governo do estado poderia ter sido outro.
Tudo bem que, por aqui, os órgãos de comunicação tradicionais, salvo as exceções conhecidas de todos, babam ovos na direção dos políticos poderosos. Os blogs vêm se constituindo, também em Santa Catarina, na trincheira de resistência da informação e da crítica independentes, em total conformidade com o figurino institucional traçado para a imprensa pelo constituinte de 1988, o qual, infelizmente, muitos juízes e tribunais, com uma regularidade preocupante, têm procurado desfigurar.
Mas, a meu modesto juízo, o blefe que os marqueteiros dos governos de Luiz Henrique e da campanha eleitoral do seu candidato, Raimundo Colombo, impingiram ao eleitorado (tem sido exclusivamente essa a função deles nas chamadas “democracias de massas”), foi só uma das causas da eleição do governador já no primeiro turno, e nem a mais importante delas.
Não consigo atinar que um político da oposição, que sabe, quase sempre com antecedência mínima de quatro anos, que será o candidato do seu partido a governador do estado, não procure se aproximar de funcionários e empregados com posições estratégicas nos diversos escalões dos órgãos e empresas públicas. O objetivo, absolutamente legítimo, diga-se de passagem, seria o de ter acesso a documentos e informações de interesse público, que lhe possibilitassem o exercício de oposição construtiva, embora contundente, durante toda a quadra governamental. Como decorrência natural dessa postura oposicionista sistemática e responsável, haveria o fortalecimento real e, pois, duradouro, da candidatura junto ao eleitorado, cuja parcela mais vulnerável a práticas clientelistas, numa democracia não contingenciada pelos períodos eleitorais, aumentaria as chances de elevação do grau de sua cidadania. Sem falar-se nos benefícios da oxigenação do futuro governo com quadros técnicos competentes e honestos, da confecção de um programa administrativo consistente e factível, e do melhor preparo do candidato para os debates televisivos. Tudo isso tem um nome: organização para galgar o poder.
Pois foi exatamente o que não fizeram as candidatas de oposição ao governo do estado, Ângela Amin e Ideli Salvatti. Esta almejava ser governadora, pelo menos, desde a sua eleição para o Senado Federal em 2002. Aquela desde 1994, quando venceu o primeiro turno da eleição a governador, perdendo o segundo por uma pequena diferença de votos para Paulo Afonso Evangelista Vieira. Mas, durante a campanha eleitoral do ano passado, o que se viu foram duas candidatas de oposição vazias de emoção e de razões. O candidato Raimundo Colombo descrevendo, na campanha, um verdadeiro caos na área da saúde, e as candidatas sem baterem, com veemência, na tecla de que ele representava o governo de oito anos de Luiz Henrique.
PutzGraça!!! deixou um novo comentário sobre a sua postagem "AS MAIORES CULPADAS":
A se registrar que Colombo representa o continuísmo do velho e rançoso sistema político empreguista e nojento. Mas ele posa de diferente. Vejamos o que disse recentemente para mudar de partido (tá no blog PutzGraça - www.putzcri.blogspot.com): Em nota oficial ele explica porque muda: “A sociedade pede uma nova postura de seus dirigentes.“
O que Raimundo está dizendo é muito sério. Se troca de partido para ele é “nova postura”, para nós sobra uma certeza: elegemos um caduco. Ou um cara-de-pau, quiçá os dois.
Raiumundinho, arrisca acabar com as 36 (cabides-de-emprego) SRD´s que tu herdou do nefasto LHS… Depois volta e repete que a “sociedade pede nova postura de seus dirigentes”. Só pra ver a diferença. Sabemos que essa última parte foi forte demais. A gente sabe que está sonhando (ou caducando também).
Nelson Jvlle deixou um novo comentário sobre a sua postagem "AS MAIORES CULPADAS": O Sr. Jardim tem toda a razão. Enquanto nós, simples cidadãos comuns assistíamos indignados aos oito anos de esculhambação, usando das poucas armas que dispunhamos (cartas a jornais e blogs na maioria), o casal Amin ficava calado. A única voz que nos defendia do ataque da grande aliança era a bancada do PP na Assembléia. Mesmo assim oitenta por cento a cargo do líder Joares Ponticelli que hoje está de braços dados com o Sr. Colombo (deve ter cansado de rugir, afinal ninguém é de ferro).
A grande imprensa, inclusive o Sr. Moacir Pereira que com bravura e bravata nos defendia das tropas de Paulo Afonso, assistiam tambem calados.
Emoções as havia. E às pamparras. Razões mais ainda. Porque calaram? Essa foi, a meu ver, a grande decepção. Não a derrota, mas o silencio.
O Sr. Jardim tem toda a razão. Enquanto nós, simples cidadãos comuns assistíamos indignados aos oito anos de esculhambação, usando das poucas armas que dispunhamos (cartas a jornais e blogs na maioria), o casal Amin ficava calado. A única voz que nos defendia do ataque da grande aliança era a bancada do PP na Assembléia. Mesmo assim oitenta por cento a cargo do líder Joares Ponticelli que hoje está de braços dados com o Sr. Colombo (deve ter cansado de rugir, afinal ninguém é de ferro).
ResponderExcluirA grande imprensa, inclusive o Sr. Moacir Pereira que com bravura e bravata nos defendia das tropas de Paulo Afonso, assistiam tambem calados.
Emoções as havia. E às pamparras. Razões mais ainda. Porque calaram? Essa foi, a meu ver, a grande decepção. Não a derrota, mas o silencio...
A se registrar que Colombo representa o continuísmo do velho e rançoso sistema político empreguista e nojento. Mas ele posa de diferente. Vejamos o que disse recentemente para mudar de partido (tá no blog PutzGraça - www.putzcri.blogspot.com):
ResponderExcluirEm nota oficial ele explica porque muda: “A sociedade pede uma nova postura de seus dirigentes.“
O que Raimundo está dizendo é muito sério. Se troca de partido para ele é “nova postura”, para nós sobra uma certeza: elegemos um caduco. Ou um cara-de-pau, quiçá os dois.
Raiumundinho, arrisca acabar com as 36 (cabides-de-emprego) SRD´s que tu herdou do nefasto LHS… Depois volta e repete que a “sociedade pede nova postura de seus dirigentes”. Só pra ver a diferença.
Sabemos que essa última parte foi forte demais. A gente sabe que está sonhando (ou caducando também).