Por Janer Cristaldo
O Supremo Tribunal Federal acaba de aprovar por unanimidade, com as fanfarras da imprensa, o reconhecimento da tal de união homoafetiva. A nova palavrinha designa o que antes chamávamos de homossexual. E ainda trouxe outra em seu bojo. O ministro Carlos Ayres Britto, relator do caso, pretende ter criado, por analogia, o neologismo heteroafetivo. Assim sendo, atenção à linguagem, leitor. Homossexuais não mais existem. Agora são todos homoafetivos.
Nada como a idade para ver as palavras mudarem. Sou do tempo dos antigos frescos, que assim se chamavam os homossexuais na geografia onde nasci. Bicha só surgiu mais tarde. Depois surgiu gay. Homossexual é bem mais antiga. Segundo meu Larousse, data de 1907. Já a encontramos em Proust: “Il n’y avait pas d’anormaux quand l’homossexualité était la norme”.
Proust se referia certamente à antiga Hélade, quando os gregos tinham uma hetaira para o prazer intelectual, um efebo para o prazer físico e uma mulher para a procriação. A “ousada” decisão do STF apenas nos remete a mais de dois mil anos atrás, quando o cristianismo ainda não havia decretado que prazer era pecado. A decisão tampouco inova em termos contemporâneos. Desde há muito, não há restrição alguma no Brasil às relações homossexuais. O que muda são alguns efeitos patrimoniais, como recebimento de herança, pensão e direitos previdenciários.
O Direito é o cadinho histórico dos costumes – aprendi em minhas universidades. Os tempos mudaram, e como! Sou da época em que o civilista Washington de Barros Monteiro vituperava contra o “asco indizível da felatio in ore”. Pois “mesmo no tálamo conjugal, a esposa ainda guarda resquícios de pudor”. Sou da época do tálamo. Hoje, para o ministro Ayres Britto, “o órgão sexual é um plus, um bônus, um regalo da natureza. Não é um ônus, um peso, um estorvo, menos ainda uma reprimenda dos deuses”.
Esqueceu de dizer que os órgãos sexuais só se tornaram reprimenda dos deuses após o advento do cristianismo. Leia o artigo completo. Beba na fonte.
Augusto J. Hoffmann deixou um novo comentário sobre a sua postagem "EVOÉ BACO! PARA MINISTRO DO STF, ABAIXO DA CINTURA...": Depois de chutar o escanteio corro prá cabecear. O argumento e seus termos aí acima, vulgares e grosseiros, foram os quesitos para a ocasião. Tanto o anônimo como o chefão do STF equivocaram-se. O francês limita a exploração, demarcando áreas porquanto Ayres Britto, sentencia a prática para abaixo do umbigo. Os dois ignoram a magnitude do corpo humano, um universo infinito. E ambos nessa exposição, hábeis no verbo, se parecem medíocres, na arte do sexo.
LesPaul deixou um novo comentário sobre a sua postagem "EVOÉ BACO! PARA MINISTRO DO STF, ABAIXO DA CINTURA...": "Hoje, para o ministro Ayres Britto, “o órgão sexual é um plus, um bônus, um regalo da natureza." Inobstante a presença obsessiva e a preocupação nos textos do articulista com o Cristianismo e com o pecado, equivoca-se ao que se nos parece o ministro, uma vez que pra quem gosta (e que regala a vida), nem plus, nem bônus e nem tampouco regalo; órgão sexual, para os tais, é ânus.
Augusto J. Hoffmann deixou um novo comentário sobre a sua postagem "EVOÉ BACO! PARA MINISTRO DO STF, ABAIXO DA CINTURA...": Estranha essa inferência e, cá neste espaço, adulto por natureza, perguntar não vai constranger.Indago, ilustre connoisseur, quando mulher pratica o coito anal, por prazer ou afã de agradar ao seu, é viada? E quem se compraz dessa linda mulher, potencial bambi? Sei não, mas Freud já te explicou.
"Hoje, para o ministro Ayres Britto, “o órgão sexual é um plus, um bônus, um regalo da natureza." Inobstante a presença obsessiva e a preocupação nos textos do articulista com o Cristianismo e com o pecado, equivoca-se ao que se nos parece o ministro, uma vez que pra quem gosta (e que regala a vida), nem plus, nem bônus e nem tampouco regalo; órgão sexual, para os tais, é ânus.
ResponderExcluirEstranha essa inferência e, cá neste espaço, adulto por natureza, perguntar não vai constranger.Indago, ilustre connoisseur, quando mulher pratica o coito anal, por prazer ou afã de agradar ao seu, é viada? E quem se compraz dessa linda mulher, potencial bambi? Sei não, mas Freud já te explicou.
ResponderExcluirDepois de chutar o escanteio corro prá cabecear. O argumento e seus termos aí acima, vulgares e grosseiros, foram os quesitos para a ocasião.
ResponderExcluirTanto o anônimo como o chefão do STF equivocaram-se. O francês limita a exploração, demarcando áreas porquanto Ayres Britto, sentencia a prática para abaixo do umbigo.
Os dois ignoram a magnitude do corpo humano, um universo infinito. E ambos nessa exposição, hábeis no verbo, se parecem medíocres, na arte do sexo.