sábado, 7 de maio de 2011

LIBERTY


Entre tartarugas e passáros nas Ilhas Galápagos, Darwin não deve ter aberto tantos sorrisos quanto quem visita pela primeira vez a Liberty, casa de swing em Balneário Camboriú.

Mario, gerente da casa, é um homem magro, calvo, grisalho, de barba e com uma voz de radialista romântico da madrugada. Fala com lentidão, maciez e graves iguais nos alertas "cuidado com o degrau", "olha o degrau", na entrada de alguns dos 36 ambientes da Liberty, e nos aforismos "aqui tudo é permitido, nada é obrigatório", "nesse quarto ninguém é de ninguém" ou "é uma verdadeira Sodoma e Gomorra".
Sim, é uma verdadeira Sodoma e Gomorra. Em boa parte do tempo, o swing é muito mais uma questão de bolinhos que de trocas. Para se permutar com outros, os casais muitas vezes não se separam.

Patoladas

Ao fundo das explicações didáticas do simpaticíssimo gerente, gemidos. A Naipe se esforça para se concentrar no que ele diz. É 1h30, e à meia-luz homens de cueca box e mulheres de saia abrem os trabalhos. Completamente vestidos, Mário e Naipe conversam caminhando entre cinco casais em um quarto. Na sala anexa, dois sujeitos grisalhos, deitados em um sofá com as calças jeans abaixadas, recebem sexo oral de duas mulheres na casa dos 30 anos.  
Leia tudo. Beba na fonte.

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