Por Olsen Jr.
Foi só depois da feijoada que a conversa desandou. Talvez porque o álcool ingerido na véspera insuflado pela satisfação de uma necessidade elementar tenha desatado as amarras de um conservadorismo que os risos não podiam esconder mais.
Então pensei no velho Joyce, James Joyce acrescente-se. Parodiando o agente 007 de sua majestade, mas o escritor irlandês começa o livro lembrando que as vaquinhas de suas reminiscências “faziam muu”. Assim, da infância, passando pela adolescência até a vida adulta. Trabalhando com o “fluxo de consciência”, com os trocadilhos eruditos e vergastando as instituições que não tolerava, da formação católica, a igreja, a pátria e não perdoando sequer a família e a história.
Mais tarde consolidando uma espécie de “rito de passagem” para a vida adulta, resgata como alternativa a literatura e a arte e assim se justifica: o homem enquanto artífice e a obra como produto incompleto desta busca de redenção.
Estão todos ali em minha frente, filhos privilegiados da classe média remediada; somem-se as frustrações de um conhecimento teórico desviado ao bel prazer dos usuários, tentando encaixá-los em não menos abortados “processos revolucionários” só existentes na história de quem tentou algo, e que não era o caso porque ali ninguém ainda tinha tentado nada, com todas as facilidades de uma burguesia que fingiam combater, incluindo-se a as bebidas importadas e outras, e temos aí o famoso “caldo dialético” que empanturra a pobreza de espírito e outras em que fenece a nossa universidade.
Na ausência de um projeto cultural, discutem-se as ideias dos outros. É mais fácil. Enquanto se fala “deles” esquecemos o “nosso” vazio ao redor.
Alguém num vislumbre de consciência para resgatar a riqueza daquele diletantismo sugeriu que cada um mencionasse os três romances que julgasse fundamentais para a humanidade. Assim tivemos nova disputa para ver quem conseguia “impor” as “suas” três obras como indissociadas da formação do nosso caráter, macunaímico ou não.
Foi só depois da feijoada que a conversa desandou. Talvez porque o álcool ingerido na véspera insuflado pela satisfação de uma necessidade elementar tenha desatado as amarras de um conservadorismo que os risos não podiam esconder mais.
Então pensei no velho Joyce, James Joyce acrescente-se. Parodiando o agente 007 de sua majestade, mas o escritor irlandês começa o livro lembrando que as vaquinhas de suas reminiscências “faziam muu”. Assim, da infância, passando pela adolescência até a vida adulta. Trabalhando com o “fluxo de consciência”, com os trocadilhos eruditos e vergastando as instituições que não tolerava, da formação católica, a igreja, a pátria e não perdoando sequer a família e a história.
Mais tarde consolidando uma espécie de “rito de passagem” para a vida adulta, resgata como alternativa a literatura e a arte e assim se justifica: o homem enquanto artífice e a obra como produto incompleto desta busca de redenção.
Estão todos ali em minha frente, filhos privilegiados da classe média remediada; somem-se as frustrações de um conhecimento teórico desviado ao bel prazer dos usuários, tentando encaixá-los em não menos abortados “processos revolucionários” só existentes na história de quem tentou algo, e que não era o caso porque ali ninguém ainda tinha tentado nada, com todas as facilidades de uma burguesia que fingiam combater, incluindo-se a as bebidas importadas e outras, e temos aí o famoso “caldo dialético” que empanturra a pobreza de espírito e outras em que fenece a nossa universidade.
Na ausência de um projeto cultural, discutem-se as ideias dos outros. É mais fácil. Enquanto se fala “deles” esquecemos o “nosso” vazio ao redor.
Alguém num vislumbre de consciência para resgatar a riqueza daquele diletantismo sugeriu que cada um mencionasse os três romances que julgasse fundamentais para a humanidade. Assim tivemos nova disputa para ver quem conseguia “impor” as “suas” três obras como indissociadas da formação do nosso caráter, macunaímico ou não.
Rapaz, não sei como pagar a conta do meu telefone este mês. Quatro meses desempregado e a literatura que deveria me salvar só permite compartilhar destes lampejos mal empregados quando não estou com a minha turma e alguém lembra que deveríamos “avançar nas questões conceituais”. Para a puta que os pariu as “questões conceituais”. As vaquinhas do Joyce já não fazem “muu”, hoje são alguns indivíduos que lecionam em universidades (lembrei do Jonathan Swift e o seu “Viagens de Gulliver”) que relincham em sol maior, apesar do “sol maior”, são apenas animálias tentando mostrar que estão vivas.
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