A revista NAIPE chega a sua edição número 5. Irreverente, publica um perfil do controverso e polêmico Luiz Carlos Prates. As fotos conseguidas pela rapaziada do pop inteligente estão impagáveis. Prates vai virar cult!
Avesso a bermudões, Prates faz concessões à tigela de açaí e, aos 68 anos, leva suas velhas ideias ao SBT
Como ser diferente no mundo dos iguais. É o que promete uma das palestras de Luiz Carlos Prates, e o que demonstra o próprio de mocassim, calça jeans, camisa e revista Exame sob o sol das 16h30 na praia do Campeche.
É verão, uma sexta-feira. O céu aberto tem poucos rasgos de nuvens, mas o vento, com força para predominar no áudio do gravador, ameniza o bafo de verão.
Na verdade Prates está no Riozinho, o trecho mais pop do Campeche, os metros de areia mais sunga branca, biquíni pequeno, empanado-açaí-futevôlei de Florianópolis. No principal estacionamento do Riozinho se apresentara Ben Harper em recente festival da Skol. “Odiei-o”, estilinga Prates, que não foi ao show mas compara o cantor americano a uma arte moderna pouco entendida, muito aplaudida. Como os leitores, ouvintes e telespectadores assíduos do psicólogo por formação, jornalista por vocação Luiz Carlos Prates sabem, apontar alegrias forçadas em natais, festivais, carnavais e que tais é uma das canções recorrentes do seu repertório.
Falar em canções. “Hoje as letras são vulgares, ‘vou dar uma fugidinha com você’. O que é ‘dar uma fugidinha com você’? A intenção do cara é outra, ora bolas.”
“Você conhece Los Hermanos?”
“Esse nome não me é estranho. Mas só pelo nome já me gusta. Los hermanos me leva para uma letra espanhola. Tem isso?”
“Não. São cariocas.”
“Ah, então são farsantes. Sou contra.”
Prates é fã de Lupicínio Rodrigues, de música clássica e do canal easy listening da Sky. Quando compra CDs, usa, usa e joga fora. Não baixa música porque não sabe.
“E se te ensinassem a baixar?”
“E se te ensinassem a baixar?”
“Se alguém me ensinasse, eu baixava. É possível baixar, tô na minha casa, não há nenhuma transgressão, eles sabem disso. Se fosse pecado não facilitariam, ora bolas.”
Por causa de vitiligo, há quase 20 anos Prates, morador do próprio Campeche, não pisava na areia. Fazia apenas seis anos, na versão da sua assessora de imprensa e filha Scheila, também de calça e camisa. Foi, conta, em um 4 de Julho nos Estados Unidos, quando eles estavam igualmente engomados por causa do Dia da Independência americano. A Naipe sugere o Riozinho em cima da hora e os dois não fazem questão de mudar de figurino. “Olha a gente de camisa na praia. Gente, somos normais”, diz, em tom de brincadeira, Scheila, como que falando com as mais de cem pessoas na praia.
Nos textos de Prates, “bermudão” se tornou sinônimo de adolescente molambento. Alheia a isso, a Naipe está em três bermudões: fotógrafo e dois editores.
O açaí chega gelado, com banana, guaraná, granola. A tigela foi pedida em uma barraquinha para figurar na sessão de fotos. A reportagem sugere a Prates que dê umas colheradas, no que ele se esbalda. “É bom isso aqui, né?”, sorri, a boca arroxeada, a próxima colherada a caminho. “Eu só tinha provado, há muito tempo, no Pará, picolé de açaí”. A Naipe pensa se um bom fone de ouvido com Sexual Healing ou Burn one down na voz de Ben Harper não teria efeito parecido. Leia tudo. Beba na fonte.
Augusto J. Hoffmann deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Revista NAIPE desvenda o Planeta Prates": Respeito que aprecia. No ostracismo, apenas busca um fio de luz. Outro humano com fototropismo.
Respeito que aprecia. No ostracismo, apenas busca um fio de luz. Outro humano com fototropismo.
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