Ontem, dia 11, Angela e eu saímos da Ponta das Canas às 7h, com um sentimento de dupla perda. A primeira tinha como origem dar as costas para o cenário de um dia que se anunciava maravilhoso; a segunda, e muito maior, era a perda de um amigo muito especial: Nenzo Sá, patrão honorário do CTG Mangueira Velha, de Santa Isabel, São Joaquim.
Viajando rumo à nossa Serra, num dia de luminosidade absoluta, o cenário não era menos deslumbrante. A topografia caprichosa e a floração de final de verão oferecem surpresas a cada curva. Entre Bom Retiro, Urubici e São Joaquim, as macieiras ainda conservam boa parte da safra de maçãs “gala” e a totalidade das “Fuji”.
Já em São Joaquim, na despedida, a emoção só era compensada pela convicção de que devemos agradecer ao “Patrão Maior” pelos 96 anos de vida sã que ele concedeu ao nosso amigo. Confesso: só ficamos sabendo na missa de corpo presente que o nome completo do Nenzo é José Alves de Sá.
Viver 96 anos é uma bênção! Despedir-se desta vida “inteiro”, lúcido de espírito e rijo de corpo, aí, então, tem-se um caso de “inflação de bênçãos”. Bom jogador de dominó, Nenzo, em 2005, celebrou seus 90 anos com belas “armadas”. Seu laço e a bandeira do CTG enfeitavam a urna que lhe deu o último abrigo.
Agradecer a Deus: este é o sentimento que predomina ao nos despedirmos de um símbolo da vida campeira, do respeito à família como instituição e da tradição gauchesca, que nos deixa um legado de bons exemplos.
Deus te receba na querência celestial com a mesma amizade que te concedeu aqui! E nos recomenda a Ele, amigo velho e querido!
Esperidião Amin, 12/03/2012
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