Por Marcelo Peregrino Ferreira
Em França, em 13 de julho de 1.793, a provinciana Charlotte Corday entrou no quarto onde estava Marat, líder da Revolução Francesa, e o apunhalou com convicção, levando-o à morte. Sem arrependimento, afirmou em seu julgamento: ”Para os modernos, existem poucos patriotas que sabem morrer por seu país: quase tudo é egoísmo. Que triste povo para formar uma República” (As aventuras da Virtude, Newton Bignotto) (o líder revolucionário exangue, imerso na banheira, como muitos anos depois o imitaria Vinícius de Moraes, é tratado num belo quadro de Jacques-Louis David. Vale a pena usar o google para ver a obra).
A conclusão do título é abrupta, vem de chofre como um tapa, mas é verdadeira. A corrupção, não apenas em nosso país, mas em nosso Estado, em nossa cidade, é aplaudida e, quando não ostensivamente, admitida como um fato da vida, como as chuvas de verão ou enchentes em Santa Catarina. E muitas vezes abertamente. Aliás, o Estado Brasileiro nos trata como súditos corruptos aos duvidar de nossa palavra e exigir sempre um carimbo, uma autenticação, um documento a mais, para comprovar o que afirmamos. Somos, desde o início, tratados como malfeitores, em qualquer lugar, especialmente numa repartição pública. Acostumamo-nos com esse tratamento e o reproduzimos na esfera privada. Afinal, como saberei se o que o outro fala é verdade se todos somos corruptos e impera a esperteza?
Tome-se o novo governo. Reluzente, jovem, bem intencionado, o Governador Raimundo Colombo, melhor assessorado (Dr. Ubiratan, Dr. Serpa, Dr. Grubba) do que muitos de seus antecessores, viu-se incapaz de nomear uma equipe com um perfil preparado para gerenciar o Estado. E sua proposta era exatamente “um governo íntegro, transparente e digno da confiança recebida. Um governo responsável e zeloso do dinheiro público”.
Impaludaram-no com filhos, asseclas e toda a bajulação cortesã conhecida, nas quais se incluem boquinhas para mulher de amigo e amigo de amigo, como tem denunciado a coluna de Cacau Menezes. Leia artigo completo. Beba na fonte.
*Publicado originalmente no Paulo Alceu.
Prezado Jornalista
ResponderExcluirEstranho que os comentários não são mais publicados. Porém, no artigo sobre a corrupção nda mais nos assusta. Todos os pseudo revolucionários de última hora, quando tomaram o poder (e o gostinho pelas mamatas e falcatruas), silenciaram. Cadê aquela turma do movimento pela "Ética na Política" - algo tão redundante que nem os gregos acreditavam muito, tanto que separam o universo público do privado. No Brasil, o espaço público está contaminado. Logo, se a campanha/denúncias não param a dilapidação do patrimônio republicano, e, o Ministério ´Público deveria ser o exemplo - com transparência e seriedade (tenho dúvidas daquela campanha). Por que não faz uma lista denunciando estes abutres do erário público? Por que não divulga os casos de nepotismo no Judiciário (inclusive o próprio MP), no Executivo e Legislativo?
Nada mais absurdo que esta lógica silente e assombrosa ..
Abraços degenerados e corrompidos.
Isso que ninguém sabe o que tem dentro daquela caixa preta chamada MINIREFORMA que está pra ser ser mandada pra assembléia. Deve estar coalhada de criação de cargos comissionados!
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