terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fusão Empresarial, 2 + 2 não são quatro!

Por César Zabot*
 
    Fusão significa a união de dois corpos. Porque as empresas se fundem? Elas têm em mente que ao se juntarem estarão somando os esforços para multiplicar resultados, mas acontece que na matemática das fusões dois mais dois não são quatro.

    Nessa situação todos os envolvidos sairão perdendo. O mercado distribuidor não gosta de negociar com mega empresas pelo poder de negociação que elas passam a ter. Antes da fusão o mercado interno se abastecia, entre outros, dos dois fornecedores distintos e concorrentes que estavam sempre oferecendo oportunidades de negócio, variedade de produtos, prazo de entrega, condições de pagamento, sistema de bonificação.

    No ponto de venda os consumidores tinham da mesma forma, alternativa de escolha de produtos concorrentes o que é extremamente salutar para o consumidor e para o fortalecimento do livre mercado. Os importadores tendem a redistribuir o volume de compra evitando com isto a concentração das compras. Se por hipótese um importador distribuía seus volumes de importação basicamente entre os dois fornecedores tenderá a redistribuir seus volumes para outros atores do mercado. O rol de fornecedores será revisado, otimizado, cortado.

    Por todas estas razões a participação de mercado somada no momento da fusão das duas empresas será menor. Então, ativos hoje produtivos passarão a ser improdutivos, operações serão racionalizadas, as estruturas serão reduzidas, área administrativa, vendas, pesquisa e desenvolvimento de produto, marketing, entre tantas. Os conflitos de cultura, disputa de poder serão intermináveis, até que uma nova cultura dominante prevaleça por adesão ou por exclusão. No tempo a tendência é que a nova empresa seja em tamanho muito próximo do que a maior das duas empresas no momento da fusão, o mercado vai forçar a esta tendência.

    Como o valor de mercado das duas empresas juntas será menor que o valor de cada uma delas individualmente, o acionista comum também perderá, mas tem um grupo que estará ganhando com a oportunidade, são aqueles que tinham e tem informações privilegiadas e souberam investir no momento adequado.

    Portanto é falso imaginar que nada vai mudar, tudo vai mudar caso contrário não haveria razão para a fusão. Pensando melhor uma maioria expressiva dos envolvidos com a fusão sairá perdendo, uns poucos privilegiados naturalmente sairão ganhando. Aqueles não diretamente envolvidos, os concorrentes, aproveitem a oportunidade.

*Cesar Zabot
Consultor de Empresas
 

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