Fígado ou figo?
Corria o ano de 1990, era inverno, chovia muito e o vento uivava vindo do quadrante sul. Era época de tainha e um dos mais assíduos fregueses do Oliveira, à época trabalhando em Brasília, retornava à sua casa, na Lagoa da Conceição, todas às sextas-feiras.
Naquele dia, com saudades do sabor das deliciosas tainhas recheadas e preparadas pela Dona Sônia, desceu do avião e foi direto para o telefone público do aeroporto Hercílio Luz.
- Por favor, peçam a ela para preparar uma tainha “completa”, pois dentro de uns 30 minutos estarei aí.
Ele chegou ao restaurante, à mesa já estava posta como de costume, pediu uma cerveja Skol gelada e, enquanto bebia, aguardava os minutos finais para saborear a tainha assada. Servida com todas as pompas literalmente “devorada” pelo freguês.
Então, ele chamou o Ademir, um dos garçons mais antigos, e disse:
- Por favor, não tem nada de sobremesa? Alguma coisa doce?
O Ademir respondeu:
- Hoje somente sorvete da Kibon.
Ele insistiu:
- Mas nem um pêssego em calda, um figo talvez.
O Ademir não resistiu e respondeu:
- Ah, o que tu tás pensando?
- Queres que eu vá matar uma galinha agora mesmo, só para tirar
o “figuinho” para ti?
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