Alguém vai dizer que estou atrasado, que isso não é coisa que se discuta neste momento ou que essa questão é secundária nos dias de hoje.
A coletivização dos meios de produção e o fim da propriedade privada são os pilares do comunismo.
Partindo dessa premissa fico imaginando os conflitos ideológicos e a ginástica semântica que a candidata a prefeita de Florianópolis, Angela Albino, do Partido Comunista do Brasil, é obrigada enfrentar para conseguir ¨vender o seu peixe¨ em uma sociedade capitalista como a nossa.
Angela tem jogo de cintura, boa conversa e uma bela imagem feminina o que ajuda muito à aceitação das suas propostas. Porém quando enfrenta uma platéia de ¨burgueses capitalistas¨, ferrenhos defensores da propriedade privada e principalmente da exploração da ¨mais valia¨, Angela sai de uma simples ginástica semântica para um verdadeiro contorcionismo ideológico.
Parece que foi o que aconteceu no debate que participou na Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), quartel general dos capitalistas catarinenses.
Ao ser questionada sobre a utilização da Ponta do Coral, valiosa área transferida ilegalmente do Estado para um grupo empresarial privado, onde se pretende construir um mega-hotel, a nossa candidata comunista produziu a pérola abaixo. A resposta nos deixa mais confusos sobre o que pensam os políticos e se realmente acreditam em suas ideologias e princípios:
Resposta da Ângela Albino, candidata à PMF, sobre a utilização da Ponta do Coral, no debate da FIESC: Estamos vivendo uma fase republicana onde a propriedade privada deve ser respeitada. Eu não gostaria que alguém fosse na minha casa dizer que o que é meu pertence aos outros. Ali é privado e como tal deve ser tratado.
A Nomenklatura não diria melhor. LPaul
ResponderExcluirGostaria de sabe qual é a opinião da candidata Ângela Albino sobre doar um bem público para a iniciativa privada... "Estamos vivendo uma fase republicana onde a propriedade privada deve ser respeitada", e a propriedade pública, não?
ResponderExcluir2.5 – mar territorial:
"O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítimas de
largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e
insular brasileiro, como indicada nas cartas náuticas de grande escala,
reconhecidas oficialmente no Brasil (art.1 º da Lei Federal n º 8.617, de 04 de
janeiro de 1993), sendo que a soberania do Brasil estende-se ao leito, subsolo
e espaço aéreo subjacente ao mar territorial.
Trata-se de bem de uso comum do povo sob o domínio da União e também abrange as
chamadas águas interiores salgadas das reentrâncias do litoral como baías e
enseadas".
E viva el comunismo, Fidel, Chaves e outros mais. Nada a declarar, como tb não vai dar em nada o julgamento do mensalão. O país está nessa naba pq a justiça brasileira é cega, surda e muda.
ResponderExcluirAngela Albino é totalmente fake. Diria mais, além de uma falsa comunista envergonha a aqueles que realmente são. Deveria mudar de partido, ou melhor, o PC do B deveria mudar de nome. De comunistas a única coisa que eles tem é a legenda do partido.
ResponderExcluirPois é meu caro, eu assisti ao debate na FIESC e, decepcionado com a resposta da Angela, comentei, no facebook da campanha dela, que ela fez o César Júnior parecer de esquerda. Ele respondeu que não é contra empreendimento privado, mas que respeitaria os pareceres das autoridades de meio-ambiente e mobilidade urbana sobre os impactos do projeto. Ela, por outro lado, praticamente pediu desculpas por ser comunista e deixou o meio-ambiente e a legalidade como detalhes na resposta. Ainda acho que ela é a melhor candidata, e nem vejo problema em políticos de esquerda fazerem concessões para ampliar coalizões e viabilizar eleições (tal como o PT fez), mas estas concessões deveriam ser "na margem" e não nos "princípios fundamentais" que caracteriza(va)m o programa político dela.
ResponderExcluirOlha...acho que com essa resposta ganhou meu voto !!
ResponderExcluirCanga, duas observações: a ponta nao foi doada, e sim, vendida. Outra: como privada, os donos fazem o que quiserem, desde que o projeto seja aprovado, portanto, acho a resposta dela adequada. Sem devaneios, nem radicalizações.
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