Por Janer Cistaldo
O leitor deve estar espantado com o título. Desde quando prostitutas viajam tão longe? Viajam sim, e muito.
Citei rapidamente em crônica passada, sem deter-me no assunto, As Muralhas de Jericó, do comunista gaúcho Josué Guimarães, que morreu em 1986. São relatos de sua viagem à União Soviética e China comunista em março-abril de 1952, como correspondente especial do jornal Última Hora, do Rio de Janeiro. O livro foi escrito em junho daquele ano e só publicado em 2001, doze anos após a queda do muro de Berlim e dez anos após o desmoronamento da União Soviética. Só agora fui ler o livro. É leitura atrasada, mas nem por isso inútil.
Se olharmos para o século passado, temos de concluir que foi o século que mais prostituiu escritores na História. A revolução de 17 constituía um marco de definição obrigatória para todo intelectual. O craque de 29, a ascensão do nazismo, a nova sociedade soviética da qual ainda não se conhecia os gulags, todos estes fatores levaram os homens de idéia a defender – ou pelo menos a simpatizar com – o socialismo pregado por Marx. No continente europeu, uma intensa agitação intelectual conduziu os escritores, artistas e pensadores à ação política. "Que homem generoso" –pergunta-se Sábato em Apologias y Rechazos –, que jovem idealista não se inclinaria a julgar como uma grande esperança aquele acontecimento histórico?"
Até aí, tudo muito compreensível. Ocorre que, mal instalada a revolução, Lênin já mostrou as garras, fuzilando oponentes. Como teve vida curta após 17, não pode matar muita gente. Stalin, seu sucessor, fez nada menos que 20 milhões de cadáveres. E o “homem generoso”, de que falava Sábato, continuou prestando seu apoio à revolução e mesmo negando que na União Soviética houvessem gulags, fuzilamentos sumários, tortura, miséria e fome. O regime de Stalin patrocinou então visitas a Moscou, cercando seus convivas de mordomias, para mostrar as excelências do socialismo.
Neste turismo ideológico embarcaram os mais reputados escritores do século. Entre nós, Jorge Amado, Graciliano Ramos e algumas dezenas de intelectuais menos conhecidos. No Rio Grande do Sul, a honraria coube a Josué Guimarães. Como ainda não havia se estabelecido o conflito sino-soviético, o escritor comunista estendeu sua viagem a Pequim. Leia artigo completo. Beba na fonte.
O leitor deve estar espantado com o título. Desde quando prostitutas viajam tão longe? Viajam sim, e muito.
Citei rapidamente em crônica passada, sem deter-me no assunto, As Muralhas de Jericó, do comunista gaúcho Josué Guimarães, que morreu em 1986. São relatos de sua viagem à União Soviética e China comunista em março-abril de 1952, como correspondente especial do jornal Última Hora, do Rio de Janeiro. O livro foi escrito em junho daquele ano e só publicado em 2001, doze anos após a queda do muro de Berlim e dez anos após o desmoronamento da União Soviética. Só agora fui ler o livro. É leitura atrasada, mas nem por isso inútil.
Se olharmos para o século passado, temos de concluir que foi o século que mais prostituiu escritores na História. A revolução de 17 constituía um marco de definição obrigatória para todo intelectual. O craque de 29, a ascensão do nazismo, a nova sociedade soviética da qual ainda não se conhecia os gulags, todos estes fatores levaram os homens de idéia a defender – ou pelo menos a simpatizar com – o socialismo pregado por Marx. No continente europeu, uma intensa agitação intelectual conduziu os escritores, artistas e pensadores à ação política. "Que homem generoso" –pergunta-se Sábato em Apologias y Rechazos –, que jovem idealista não se inclinaria a julgar como uma grande esperança aquele acontecimento histórico?"
Até aí, tudo muito compreensível. Ocorre que, mal instalada a revolução, Lênin já mostrou as garras, fuzilando oponentes. Como teve vida curta após 17, não pode matar muita gente. Stalin, seu sucessor, fez nada menos que 20 milhões de cadáveres. E o “homem generoso”, de que falava Sábato, continuou prestando seu apoio à revolução e mesmo negando que na União Soviética houvessem gulags, fuzilamentos sumários, tortura, miséria e fome. O regime de Stalin patrocinou então visitas a Moscou, cercando seus convivas de mordomias, para mostrar as excelências do socialismo.
Neste turismo ideológico embarcaram os mais reputados escritores do século. Entre nós, Jorge Amado, Graciliano Ramos e algumas dezenas de intelectuais menos conhecidos. No Rio Grande do Sul, a honraria coube a Josué Guimarães. Como ainda não havia se estabelecido o conflito sino-soviético, o escritor comunista estendeu sua viagem a Pequim. Leia artigo completo. Beba na fonte.
Exatamente o que queriam instalar aqui..uma ditadura comunista!
ResponderExcluirMão me venham com esse papinho que queriam a democracia.
Queriam copiar a China, CUBA E URSS!!!
Dilma e seus guerrilheiros.