El Tigre, mi perro charolero tweetou um chamado meio
desesperado. Estaria em Venice pelas duas daquela tarde outonal no
Zindee, nosso tatooador taitiano predilecto. Alguma urgência
assanhava-se na mensagem limitada por 140 caracteres. Voltando no tempo:
chegamos el Tigre e eu nos idos de 70 na Califórnia. Lá ele vivia como
motorista de limousine das mais ecléticas celebridades. Especialmente,
as mais detonadas e promíscuas. Arranjava uns trampos de sobra para um
jornalista que queria ser um famoso escritor... well, Eu. Sem
talento aparente, agentes ou histórias interessantes, exceto aquelas
testemunhadas nas madrugadas de Hollywood... Well... a história do tweet
é papo trouxa. Estacionei a Triumph nos fundos da liquor store do HJoe aonde deixei o capacete coquinho. Desci com vagar a ruela que levava ao estúdio, em direção ao popular passeio público aonde peitudas tipo Bay Watch, skatistas e surfistas fakes desfilam em séries e filmes hollywoodianos.
El Tigre
estava com o olhar esquisito. Rubros como sempre. Injetados como que de
sal mediterrâneo. O rubor rubiáceo era diferente. Não era da marafa que
o perro marafeiro era adepto em tempo integral. A agulha de sua nova
tatuagem sequer encontrava seu couro pulguento. Porém, seus olhos
marejavam. Mirou-me severo, com a inglória e óbvia tentativa obnubilada
dos bêbados, doidos e drogados de convencer um sóbrio babaca. Disse na
lata: vou ser pai!!! E a aeromoça holandesa da KLM estaria grávida de um
híbrido muito freak. El Tigre me olhava com olhos de uva, JoannAnne lhe esperava a apenas 15 kms de Amsterdão e eu seria o padrinho desse enlace. Leia mais sobre essa emocionante aventura do El Tigre. Beba na fonte.
*ilustração do donthomaz
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