A opinião pública vem acompanhando os debates
realizados com foco na lei de acesso à informação, porém, até o momento, as
discussões concentram-se em torno da divulgação dos salários dos servidores
públicos, como se esta lei fosse apenas um instrumento de fiscalização de
vencimentos, o que não é só isso.
A Lei de informação é muito mais ampla e em seu
texto está constituído um conjunto de normas que chancelam ao cidadão a
iniciativa de acompanhar e fiscalizar as ações do administrador público quando
este executa serviços com tributos que são pagos pelos contribuintes.
De posse desta lei, o cidadão
pode solicitar informações ao órgão público, através de um procedimento administrativo,
ou acompanhar pela da internet as contas e os gastos públicos de seu município,
do estado e também da administração federal e assim analisar se as práticas políticas
implementadas pelos gestores são direcionadas aos interesses de estado.
Através dos portais de
transparência o cidadão pode captar informações e verificar se o administrador público cumpre os
princípios constitucionais e do direito administrativo, respeitando os
contratos, as licitações e demais serviços. A norma é um instrumento regulador
das políticas públicas. Se forem burladas ou elaboradas para atenderem a
interesses eleitoreiros de gestores não comprometidos com o estado quem sai
perdendo é o cidadão.
Qualquer pessoa poderá ter acesso às informações
dos órgãos públicos, observando se no executivo, no legislativo ou no
judiciário os agentes políticos do estado priorizam a eficiência, a legalidade
e a impessoalidade de seus atos sem cometer abusos.
Por meio desta lei o cidadão irá
dispor de informações que lhe possam denunciar irregularidades, atos de corrupção,
apadrinhamento político, nepotismo e ainda exigir concurso público nos órgãos
do estado, contrapondo as práticas de contratação de servidores comissionados e
trabalhadores terceirizados que hoje inflam as folhas de pagamentos e exercem
funções privativas aos servidores de carreira.
Mas infelizmente virou apenas um instrumento de fofocas: "fulano ganha tanto", "ó, beltrano é chefe", "cicrano ganha mais que eu".
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