Colombo tem reunião superprodutiva com Dilma em 5 minutos

 Não vai aqui nenhuma crítica ao governador Raimundo Colombo em sua andança por ministérios brasilienses, em busca de ajuda para Santa Catarina. Na verdade faço uma divertida análise de como a imprensa divulga as informaçoes e de que forma elas chegam até nós. 

Noticiei ontem neste blog que a imprensa vinha divulgando com destaque o encontro entre o governador Colombo e a presidente Dilma. Estaria tudo marcado, acertado. Quem lê as notícias imagina os dois, cercados de assessores, sentados frente a frente, conversando e discutindo os problemas de Santa Catarina. Fiquei pensando sobre esse encontro e só havia notícias dele na imprensa local e no site do governo. No dia do "encontro", ontem, nem na agenda do Palácio do Planalto ele existia. Bem, parece que houve o tal encontro, mas também parece que foi mais um encontrão de corredor do que propriamente uma reunião de trabalho.

Veja o que diz o DC de hoje: "Em uma reunião de pouco mais de cinco minutos no Palácio do Planalto, Dilma pediu informações sobre os desastres provocados pelas chuvas, anunciou o envio do dinheiro e disse que pretende visitar o Estado, embora não tenha confirmado uma data para a viagem". (tudo isso em 5 minutos!!!!)

Coluna do Moa: "Foi o primeiro contato de Colombo com Dilma.  Durou menos de dez minutos. Em resumo, uma visita de cortesia, de apresentação.  Não houve, como esperavam alguns secretários, um despacho para avaliar a dimensão dos prejuízos no Estado e definir ações". 

Aí lembrei do jornalista Augusto Nunes relatando um encontro semelhante que teve com o general-presidente Figueiredo:

DUAS FRASES E CINCO PALAVRAS 

─ Bom dia, presidente ─ começou minha primeira conversa com um chefe de governo brasileiro.

─ Bom dia ─ encerrou-a João Figueiredo, último dos cinco generais-presidentes do regime militar.

Duas frases, cinco palavras e uma vírgula não autorizam ninguém a achar que houve um diálogo, muito menos uma conversa. Aquilo não passou de uma banalíssima troca de cumprimentos. Não tive tempo de dizer como me chamava e o que fazia, nem de perguntar-lhe se estava bem. Mas eu não precisava contar à minha família que a coisa foi tão indigente. Diria apenas que tinha conversado com o presidente, só isso, e não estaria mentindo.