Quando eu soube que o Estado de Santa Catarina tem contrato com a Unimed para a prestação de serviços de saúde particular para os seus servidores fiquei revoltado, perplexo.
A prestação de serviço de saúde é um dos deveres do Estado, previsto na Constituição da República de 1988. O Estado deve prestar um serviço de qualidade, garantindo aos cidadãos o retorno correspondente aos tributos que são pagos.
Contudo, no Brasil, o cidadão paga para quem gere o dinheiro fazer mau uso dele.
Se o Estado tem o dever de cuidar da saúde dos cidadãos, entre eles os seus funcionários, contratar um plano de saúde privado é confessar que o serviço público não presta. Pior, ao invés de usar o valor pago à Unimed ou qualquer outro plano que por ventura venha a ser contratado o Estado deveria utilizar esse dinheiro com a população, pagando melhor os agentes da sáude, ou investindo em melhores instalações, etc.
Contratar um plano de saúde privado é a confissão de incompetência para gerir o bem público; é a confissão de que o Brasil está falido e que a população está condenada a sofrer, a penar, enquanto os gestores do nosso dinheiro se beneficiam de serviços privados que nós pagamos.
Como é que alguém admite esse disparate? Como podemos combater essa aberração?
Fala-se tanto em corrupção, mas se está esquecendo do desvio do dinheiro público.
Vejamos outro exemplo: o serviço terceirizado de segurança. O Estado contrata serviços de segurança privada para cuidar de órgãos públicos!
E o policial que está na rua? E a educação do povo? E nós, que não temos como contratar um serviço de segurança para a nossa casa?
O uso adequado do nosso dinheiro torna a corrupção um problema secundário.
Canga, o dinheiro do SC Saúde vem de um fundo capitalizado com o desconto em folha do minguado salário dos servidores que dele participam. Não é portanto, um dinheiro "do Estado", mas sim dos seus servidores. Errado é deixar o Estado administrá-lo da forma como faz...
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