sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O mistério do canhão da Praia de Fora

No final da tarde de quarta-feira, dia 10, operários que trabalhavam na instalação da nova tubulação de drenagem da água da chuva na Praça Esteves Júnior encontram um canhão durante as escavações. Nada de extraordinário, já que ali, no século 18, funcionou um dos muitos fortes que havia na Ilha de Santa Catarina – tanto que outros dois canhões, achados em anos passados, ornamentam a praça.
Um leitor do cangablog estava na praça e testemunhou toda a situação. De acordo com ele, um jovem morador das proximidades foi quem avistou a peça primeiro. Imediatamente fez três ligações: uma para a sede do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (IPHAN), uma para a RIC RECORD e outra para a RBS-TV.
Como era final de tarde, as duas emissoras mandaram para o local apenas seus cinegrafistas, que registraram a cena do canhão, já tapado com uma caixa de papelão, semi-descoberto no meio da terra. O IPHAN ficou de ir no dia seguinte.
Eis que, já no início da manhã de quinta-feira, a peça misteriosamente havia “sumido”. Entrevistados por repórteres, os operários da obra terceirizada pela prefeitura disseram que não havia nada ali, o que é desmentido pelas imagens gravadas pelas emissoras e pelas fotos tiradas pelo leitor do Cangablog.
A suspeita é que, como o canhão foi encontrado no trecho da obra que passa exatamente em frente à garagem de um imponente prédio de novos-ricos da avenida, algum “poderoso” tenha ordenado o sumiço da peça, já que o IPHAN, com seu trabalho de arqueologia, poderia atrasar o trabalho e, com isso, prolongar os transtornos dos moradores.
O fato é que havia um canhão enterrado, provavelmente um exemplar do século 18, e ele sumiu, desapareceu. Em qualquer país sério, preocupado minimamente com sua história e passado, as autoridades competentes certamente lançariam uma profunda investigação para saber o que aconteceu.
Para ilustrar um pouco mais o caso, o Cangablog reproduz mensagem encaminhada por uma funcionária da prefeitura a um grupo de amigos. Como ela não foi consultada sobre a divulgação, seu nome fica em sigilo.
Oi amigos! Vocês já devem ter ouvido falar que foi encontrado um canhão na pracinha da Praia de Fora, nas obras que a Prefeitura está fazendo na rua. Fui lá hoje e,primeiro, me disseram que não havia canhão nenhum;depois, como eu disse ao engenheiro que quando ele nasceu eu já sabia o que havia alí, o jovem acabou concordando que há um canhão, mas que não podem tirar porque vai desmoronar a lateral da escavação da rua. É que o canhão está atravessado da calçada para a rua. Assim, teria que ser feito um corte na calçada até o canteiro da praça para içar o dito cujo. Notei,porém, o que eles querem: fechar logo a rua por causa do trAânsito, esconder o canhão, como já fizeram, e deixá-lo enterrado novamente. Isso é nosso patrimônio, deve ser preservado como os outros ali encontrados. Abram o olho para esse "roubo" que querem fazer contra a nossa já tão desprestigiada História. O Sr. Dário Berger já fez estrago demais para nosso gosto! Detalhe: meu filho ontem esteve lá e viu o canhão.Agora cobriram com terra e madeiras. SOCORRO!!!!

Cangablog: Recebi e-mail de anônimo dizendo que quem mora no prédio em frente ao canhão é o ex-vereador Juarez Silveira. Mandou a foto onde o Juju aparece "fiscalizando"a obra. A foto foi publicada no Visor (DC) pelo Rafael Martini o primeiro a dar a matéria.


Plácido Arruda deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O mistério do canhão da Praia de Fora": Canga, veja o que diz a Constituição Federal:
Art. 23 - É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural;
Plácido Arruda 

Paulo Dutra deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O mistério do canhão da Praia de Fora": podes deixar que o canhão vai aparecer
é só esperar!
paulo dutra  

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