O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse que o
ex-presidente Lula pediu a ele para adiar o julgamento do mensalão,
previsto para se realizar este ano, quando se disputam as eleições
municipais. Em entrevista à revista Veja, ele disse que o
petista relatava que o ex-ministro José Dirceu estava “desesperado”.
Dirceu foi denunciado pelo Ministério Público Federal como chefe da
“organização criminosa” que distribuiu recursos públicos para
parlamentares pagarem despesas de campanha pelo caixa dois e garantirem
apoio ao governo em votações no Congresso.
“É inconveniente julgar esse processo agora”, teria dito Lula,
segundo o relato de Gilmar Mendes. De acordo com o ministro, Lula lhe
disse ter o controle da CPI do Cachoeira.
Afirmou que poderia proteger Gilmar da investigação de um suposto
encontro em Berlim, na Alemanha, com o senador Demóstenes Torres
(ex-DEM-GO), que é acusado de ter atuado como lobista do bicheiro
Carlinhos Cachoeira. “E a viagem a Berlim?”, teria perguntado o
ex-presidente. Gilmar considerou a conversa uma insinuação contra si.
Lula foi procurado por Veja, mas não quis comentar as declarações.
Segundo a revista, a conversa aconteceu no dia 26 de abril no
escritório de advocacia do ex-presidente do STF Nelson Jobim. Gilmar
negou ter motivos para se preocupar, já que tem uma filha que mora em
Berlim. O ministro relata ter dito a Lula: “Vá fundo na CPI”.
Até o fim da tarde deste sábado (26), o presidente Lula não havia se manifestado sobre o assunto. Do Congresso em Foco.
Leia a Veja aqui.
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