Acabei de ler no Outubro, do Nei Duclós, que os "castianos" do Uruguai meteram bala nuns pescadores brasileiros da Barra do Quaraí. Foram cinquenta chumbo quente nos caras. Tudo nas águas internacionais do Rio Quaraí. Como sou de Quaraí, a Barra fica à uns 100 quilômetros, fiquei preocupado com a notícia.
Liguei pra mãe, que está em Quaraí, e ela me disse que ainda não percebeu nenhum movimento estranho na ponte internacional e que, inclusive, foi de manhã cedo comprar leite e galletas em Artigas e tampouco viu algum castiano pintado pra guerra. Por via das dúvidas, me disse, tirou o 38 do pai de baixo da cama e colocou num lugar mais à mão. Na minha época de guri ia muito à Artigas pra brigar. Apanhei muito mas também joguei muita pedra neles. Tínhamos até um canto de guerra para irritar os paisanos:
Castiano pé de chumbo
calcanhar de frigideira
quem te deu a liberdade
foi a terra brasileira
Leiam a matéria do Nei:calcanhar de frigideira
quem te deu a liberdade
foi a terra brasileira
Aconteceu agora na fronteira. Li a reportagem no portaluruguaiana, que reproduziu matéria do Diário da Fronteira. O pescador aposentado Vilmar Rosa Duarte, de 60 anos, estava nas águas internacionais do rio Quarai, que faz divisa com o Uruguai, na localidade conhecida de Pai Passo, quando foi abordado por uma patrulha do país vizinho. Estava num barco a motor junto com outro companheiro. Para saber o que gritavam, desligou a máquina. Tomando conhecimento da abordagem, ligou novamente, para sair dali. Foi quando aconteceu a guerra. Leia mais. Beba na fonte.
Conhecia outra versão: "Castelhano pé de chumbo, calcanhar de frigideira, quem te deu a liberdade de casar com brasileira". Ainda mais que os uruguaios adoram dizer que fizeram a independencia deles com apenas 33 homens. Sempre me invoquei com a expressão calcanhar de frigideira. Deve ser coisa militar, de coturnos, que sei eu. Mas não achaste o máximo a frase imortal do Vilmar "Parei duas vezes para morrer no caminho". Acho a frase do ano. Abs.
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