03 Janeiro 2009
Interessante o artigo Censura Reincidente do blogueiro Cesar Valente sobre o fechamento do blog da Aprasc: "Parece que a Constituição Federal, que assegura liberdade de expressão, foi revogada em Santa Catarina. Pela segunda vez o governo do estado consegue, do Judiciário, a censura ao veículo de comunicação da Associação dos Praças". Leia artigo completo. Beba na fonte.
02 Janeiro 2009
A FILHA DO ALCOOLISTA
Por Olsen Jr.
No dia 21 de novembro escrevi aqui sobre a maneira pouco civilizada que a filha tira o seu pai de um balcão de restaurante a pretexto de dizer que o mesmo era um “alcoolista”. Como diria o ex-presidente Jânio Quadros, fi-lo do ponto de vista de um observador. Agora, recebo e-mail de uma amiga afirmando que a filha também poderia ter escrito sobre a mesma situação. Está bem, concordo com ela, eis o “provável” texto:
“Gosto dessas reuniões em família, seriam melhores, é claro, se o meu pai não bebesse tanto. A gente só se encontra uma vez por ano, assim mesmo ele não consegue se desvencilhar do hábito. Agora, por exemplo, estamos aqui nesse restaurante, em duas mesas emendadas, eu, meu marido, meus três filhos (um deles com a namorada) e minha mãe. E agora, cadê o velho? Não disse, é só se distrair e ele some. Disseram que tinha ido ao banheiro, mas bastou dar uma espiada no balcão e já o enxergo, pedindo uma bebida. Vou dar um tempo para não provocar um escândalo, ele poderia ter feito o pedido aqui na mesa, mas não, parece um castigo, tem de ir até o balcão. Maldito vício, parece cachorro ovelheiro, quem é da nossa região sabe, cachorro ovelheiro é só matando, não tem cura. Agora mais uma, encontrou uma parceria. Quem será o sujeito com a camisa do Internacional que está conversando com ele. Parecem se conhecer está animado no papo, mas é uma maldição mesmo, sair lá do Alegrete no Rio Grande do Sul e vir até Florianópolis, final de semana, família reunida e encontrar alguém conhecido tomando uma cerveja no balcão de um restaurante... Torcer pelo mesmo clube, ter os mesmos hábitos... O cara parece ter menos 40 anos que ele, mas como é que tem assunto, meu Deus!
“Olho para os lados, aqui à mesa, parece, ninguém percebeu a minha aflição, sequer a minha mãe que se compraz em paparicar a namorada do meu filho, certamente afirmando que o neto é o melhor homem do mundo, céus! Tudo se repete na natureza, já vi esse filme antes, vou dar mais cinco minutos e vou buscar o velho lá no balcão.
“Quando saí do meu lugar, parecia uma vaca enfurecida, porque não raciocinei, só percebi isso depois. Disse que ia ao banheiro e me levantei, fui – na verdade - até o balcão e pedi para o meu pai me acompanhar, não lembro os termos que usei, mas devo ter sido grosseira, porque ele tentou amenizar a situação, me apresentou o senhor que estava ali junto, ele me estendeu a mão, fiz de conta que não era comigo, indignada, não admitindo outra coisa a ser feita senão o meu pai me acompanhar, mas eu percebi muito bem , antes de dar-lhes as costas, o que o cara falou, disse, qualquer coisa como “um homem deve ter o direito de permanecer na frente de um copo sem precisar dar explicações” ...
“Já estava em meu lugar à mesa quando percebi que o meu pai tinha ido ao banheiro, então fui lá falar com a pessoa que estava com ele. Diria do que se tratava. Talvez me desculpasse a grosseria momentânea. Aproximo-me, olho-o nos olhos e digo que o meu pai é um alcoolista, e quando começa a beber não para mais. Ele devolve o olhar com um silêncio que durou frações de segundos mas que parecia uma eternidade e num velho estilo que chamo de “cínico-irritante”, afirma repetindo o que eu já tinha ouvido falar ou lido, atribuído ao diretor de cinema, Woody Allen “O mundo se divide entre pessoas boas e pessoas más. As pessoas boas têm um sono tranqüilo. As pessoas más se divertem muito mais”. Dou-lhe às costas...
“Fiz de conta que não ouvi e fui me sentar. Depois, quase em seguida, vejo meu pai apertando a mão do sujeito com quem estivera conversando, uma despedida, acredito, após, vira o copo de um gole só, e vem em direção da nossa mesa, não sem antes dar uma última olhada para trás, não tem importância, sei agora que ele, apesar dos 83 anos, não vai desistir!”.
(Texto publicado originalmente no jornal A Notícia, Joinville (SC) no dia 02/01/09).
Acatmar
Blog censurado tem novo endereço
Quatro razões para deixar um homem
"Uma amiga veio ver-me e me disse estar muito chateada porque teve que terminar com o namorado (estavam juntos há dois meses). Eu muito surpreendida, porque até quase uma semana era o namorado perfeito, a perguntei porque? Teve a amabilidade de escrever-me as razões, porque como estou convencida de que a minha casa está cheia de microfones da Seguridad del Estado, não me quis dizer em voz alta, aí vão":
1. É Fidelista, não comunista. Disse que Fidel NÃO é o culpado de tudo o que está acontecendo em Cuba. A culpa é dos que o rodeiam que fazem as coisas sem contar com ele. O pobre, tolera cinquenta anos sem saber de nada...
2. É o Delegado da Assembléia Nacional de sua jurisdição, e mesmo que ainda que não esteja de acordo com a forma como "os Outros" cuidam do país, recebe materiais de construção para consertar a casa ( o fim justifica os meios ).
3. Ele disse à minha amiga que não reclame por ter que fazer serviço social por mais de dois anos, que essa era a forma de pagar à Revolução, tudo o que havia feito por ela.
4. Quando chega em casa, sempre de noite, e quando ela já está sonolenta, pede que faça café. Entretanto, ele nunca fez.
01 Janeiro 2009
DESDE O FUNDO DO POÇO À UMA VIDA PLENA DE GRAÇA *
"Senhor pastor: Houve época em que cri em um deus onipotente e salvador e muitas vezes a ele orei por minha salvação, pela salvação de meus próximos e mesmo da humanidade. Foram meus dias de adolescência, pastor. Justo naqueles dias, fui assaltado pelo clamor, não dos povos – como fala o Livro – mas pelo clamor da carne, clamor tirano, imperioso e impossível de ser domado. Por melhores propósitos que fizesse, acabava dominado pelos ditos prazeres da carne. Dizem que a carne é fraca, pastor. Nada disso, a carne é forte. Fraco é o espírito, que sempre acaba cedendo à carne. Entrava em pânico, via à minha frente as chamas eternas do Hades, onde tudo é choro e ranger de dentes. Me sentia condenado ao convívio com demônios. Arrependia-me, fazia atos de contrição, confessava meus pecados a sacerdotes e recebia a absolvição. Por um dia ou dois, conseguia viver sem pavores. Mas não mais que um dia ou dois. No terceiro, eu já estava pecando de novo. As noites de tempestade eram noites de pavor. Talvez fosse megalomania. Mas cada raio que caía, eu sentia que era dirigido a mim". Leia artigo completo. Beba na fonte.
LHS, Dário e João Rodrigues cassados em 2009?
"A pergunta não é exercício de retórica. LHS, por incrível que pareça, apesar de aguardar o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral pra breve, tem mais chances de permanecer no poder até o fim de 2009 que os aliados Dário Berger e João Rodrigues, prefeitos em Florianópolis e Chapecó, respectivamente. É que os alcaides caíram na vala da itinerância, os dois são prefeitos pula-pula. Experimentam a mesma situação vivida pelos vereadores manezinhos Gean Loureiro e Deglaber Goulart e pela chapecoense Uda Baldissera. Os três foram cassados por infidelidade partidária, na carona de uma decisão do TSE, interpretando a Constituição". Leia matéria completa no blog a política como ela é. Beba na fonte.
Abaixo a ditadura gay, o Bolsa-Boiola e o KY do Temporão
30 Dezembro 2008
Dono da Gol indiciado por mais um assassinato
LHS acusado de fazer farra com tragédia catarinense
A denúncia é do deputado Joares Ponticelli que resumiu em uma palavra o sentimento dos progressistas em relação ao “tratoraço” imposto pelo Governo na votação, hoje, 30 de dezembro, das medidas provisórias no regime de autoconvocação da Assembléia Legislativa: indignação.
Segundo o parlamentar, com exceção do dispositivo que tratava do atendimento aos atingidos pelas cheias, as demais MPs não tinham razão nenhuma de existir, já que não preenchiam os requisitos da urgência e relevância.
Medaglia desanca pastor político
"O vice prefeito Bita Pereira e prefeito interino de Florianópolis estragou meu dia e azedou meu fim de ano com a entrevista que deu hoje pela manhã na rádio CBN aos jornalistas Mário Motta e Moacir Pereira. Com sua conversa pastoral e sem conteúdo desfiou um monte de baboseiras sem o menor sentido, transformando aquele espaço em uma grande peça de ficção. Lá pelas tantas, talvez irritado com o papo furado do vice – aliás, por onde anda o titular? – Moacir desabafou listando uma série de carências da nossa cidade, como o sistema viário, o aeroporto, o acesso ao sul da ilha, transporte coletivo deficiente, crescimento desordenado, falta de fiscalização da Prefeitura e – acrescento eu - conivência da Câmara Municipal, falta de equipamentos turísticos, como marinas, trapiches, proliferação de construções irregulares servindo de portais turísticos nas entradas de algumas de nossas principais praias". Leia o pau completo. Beba na fonte.
Deputado abandona o crime e se entrega à justiça
Macondo, minotauro e Olsen
Conheci Macondo, a música do mexicano Oscar Cháves, ainda guri. Não relacionava a música com Cem Anos de Solidão, o famoso livro que deu a Gabriel Garcia Márques o primeiro Nobel de Literatura a um escritor latinoamericano em 1982. Há poucos dias escutei a música que está no CD do meu amigo Nery Barreneche, músico uruguayo radicado em Barcelona, e senti vontade de voltar ao livro. Estou relendo Cien años, e volto a me encantar com o realismo fantástico de Garcia Márques. Sobre a música, lembro que tocava sem parar nas rádios uruguayas e argentina na minha juventude. Foi a cumbia mais popular da américa hispânica. Agora, escutando a música não consigo evitar a sucessão de imagens do fabuloso romance. Outro dia escutei do Olsen Jr. relatar que na sua juventude leu os livros do Monteiro Lobato escutando...não lembro que tipo de música, e que toda a vez que ouvia as músicas lembrava do travessuras de Emília, Narizinho, do trabalhos de Hércules, enfim, é o sistema cognitivo em funcionamento. Li a coleção completa de Lobato ao som de Ray Coniff. Na minha casa, tinha uma coleção de enorme de Ray Coniff, com sua pasteurizaçao dos grandes clássicos da Broadway. Até hoje ouço Ray Coniff e vejo as imagens de Hércules e o Minotauro.
Escândalo da revista Metrópole
A prova que faltava sobre a contribuição de Bogo
"Primeiro eu levei o boneco do projeto para o Moacir Bogo, da Gidion. Na sala dele, eu expliquei que era um projeto do governo do Estado." Bogo, não satisfeito com a contribuição que teria que desembolsar, bradou. "Eu vou ligar para o Maneca (Manoel Mendonça)". A conversa entre Bogo e Mendonça: "Pois é Maneca, a menina da revista tá aqui, como é essa história? É mesmo de interesse do Lulu (LHS)?".
Moacir Bogo ouviu de Mendonça, que ele deveria efetuar o pagamento. Esse é um trecho da entrevista que Márgara Hadlich, a responsável pelo contatos comerciais da Revista Metrópole, concedeu à Gazeta de Joinville, e que dias depois desmentiu. Mas, a verdade é que Bogo acatou a deliberação de Mendonça e contribuiu com o valor de R$ 10 mil. Leia matéria completa. Beba na fonte.
28 Dezembro 2008
Internet ultrapassa jornais como principal fonte de informação dos americanos
Deram com os beiços na torneira
O QUE ME CHAMOU A ATENÇÃO
Enquanto o café não vem, espio a Folha de São Paulo. Na década de 1970 era o nosso jornal diário favorito porque dizia de maneira clara o que nós, os rebeldes, gostaríamos de dizer (e que a censura deixava passar); depois vinha o Pasquim pelo deboche e humor, a crítica cáustica (a censora foi cooptada e bebia junto); tinha o Opinião, com textos traduzidos do Le Monde, culturalmente, o melhor do País dirigido pelo Fernando Gasparian, também na editora Paz e Terra com Fernando Henrique Cardoso e Celso Furtado em seu conselho editorial...
Teve aquele período intermediário em que os jornais começaram a substituir as matérias censuradas por versos dos Lusíadas, de Camões e receitas culinárias, por exemplo, mas o Opinião deixava o texto censurado sem um “plano B”, ficavam então imensos “clarões” distribuídos ao longo das páginas, até quando a eloqüência desses espaços em branco falou mais alto, fechou as portas.
De repente era pelo Paulo Francis, ainda na Folha, gostava do seu cinismo, da cultura, dos referentes, e principalmente porque não deixava pedra sobre pedra, independente do assunto, se literário, culinário, musical, cinematográfico, filosófico, sociológico ou político. Depois ele foi para o Estado de São Paulo, fomos juntos.
Coincidiu com a saída do Francis, o nosso cansaço da crítica gratuita. Damo-nos conta, subitamente, que não havia (para os comentaristas da Folha) um filme que prestasse, uma peça de teatro que valesse a pena, um livro sequer de autor nacional recomendável... Os iconoclastas quebravam tudo e não punham nada no lugar, aconteceu o mesmo com o Pasquim, num dia qualquer, amanhecemos cansados daquela gratuidade, e partimos para outra. Sem contar que comentando sobre esportes, no futebol por exemplo, é uma máfia, um grupelho fanático que indistingue razão de paixão, fatos com ficção, mas é outro papo.
Bebericando o café e “bispando” a Folha (07/12) leio sobre os 40 anos do AI-5, a bela Maria Tereza Goulart batendo uma foto do marido, ex-presidente João Goulart, ainda exilado no Uruguai, uma fotografia conhecida, mas instigante...
Até chegar a uma nota em duas colunas, no canto direito, embaixo, na edição de domingo, era um obituário, só me dei conta no final...
Falava de um cidadão que trabalhara durante 20 anos no Tribunal de Justiça de São Paulo, possuía um Fiat 147 na garagem, mas usava o ônibus para ir para o trabalho. Tinha medo que o seu carro não agüentasse o tranco. Morrera de complicações com o colesterol e o diabetes.
Curioso foram os depoimentos dos amigos, diziam que ele amava os Beatles e os Rolling Stones, mas também apreciava música clássica e jazz.
Falava de um episódio de sua infância em que fora levado pelo pai para assistir a um comício no ABC paulista, de um metalúrgico de codinome Lula e que despontava como líder sindicalista e por conta do episódio começou a ler Marx, Engels, Lênin e a se interessar sobre o socialismo, gostava mesmo de filosofia.
Interessante como tudo se repete, tirando o Lula e substituindo por Jânio Quadros que o meu pai me levou para assistir na Avenida Getúlio Vargas em Chapecó, o cara poderia ser eu... Mas no final, alguém afirmou que ele era muito engraçado depois das 17 horas, mas por razões opostas ao riso, é que suas piadas não tinham a menor graça, e por isso despertavam a hilaridade dos outros. Ah! Ele estava noivo e iria casar no próximo ano.
Estou fora! Isso ficaria mais verossímil na boca de um amigo, comentando o poetinha morto, diria: “ele era um solitário, sartriano, jamais suportaria a idéia de duas liberdades se fazendo horrores pela eternidade afora, preferia, isso sim, carregar a maldição de ser um poeta só e não servir de exemplo para ninguém. E isso não tem a menor graça em tempo algum, a não ser, talvez, para a musa que lhe serviu de inspiração e o condenou àquela liberdade!”.
(Publicado originalmente no Jornal “A Notícia”, em 26/12/08).
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