quinta-feira, 31 de março de 2011

1964: O GOLPE CIVIL

Por Nei Duclós

Crio essa nova seção (com título inspirado no meu verso "no meio da rua / o coração do passageiro bate o bumbo" ) para anunciar as grandes repercussões do Diário da Fonte (entre outros objetivos). É o caso da resenha sobre o filme Durval Discos. Recebi o seguinte e-mail da diretora do filme, Anna Muylaert: "Olá Nei, adorei seu texto. Foi um dos melhores sobre o filme que ja li. Vc entendeu tudo em profundidade. Obrigada." Anna anuncia seu próximo lançamento, É proibido fumar. Ainda não vi, mas já gostei. A seguir, o post de hoje:

Para quem tinha dúvidas, vou reproduzir aqui alguns trechos da edição de 10 de abril de 1964 da revista O Cruzeiro, agora digitalizada (a jóia me foi repassada por Clovis Heberle, por e-mail). É simples: o golpe de 1964 foi civil. Foi comandado por civis, assumido publicamente pelos civis, justificado em tudo, repressão, prisões, perseguições, cassações, pelos civis. Os militares entraram como braço armado do golpe que eles, civis, promoveram.
Neste depoimentos, dos quatro governadores golpistas, a farda aparece sempre em segundo plano. Todos os que estão aqui são culpados, como mostram seus depoimentos. Carlos Lacerda, governador do estado da Guanabara, Magalhães Pinto, de Minas, Adhemar de Barros, de São Paulo, Juscelino Kubistchek, de olho na volta ao poder (que não teria chance, pois o voto trabalhista, que o elegeu em 1955, iria em 1965 todo para Leonel Brizola). Faltam outros, como Ildo Meneghetti, do Rio Grande do Sul. 
Leiam o que foi publicado na revista: Bebam na fonte.

Augusto J. Hoffmann deixou um novo comentário sobre a sua postagem "1964: O GOLPE CIVIL": Parabéns outra vez. Assim como Fernando Collor de Melo, os militares de 64 prestaram um grande serviço ao Brasil: o mau exemplo.
Restaram os traumas e as mazelas. E alguns zileiros, sem os seus(suas). Mas, inegavelmente, aprendemos algo. 

Um comentário:

  1. Parabéns outra vez. Assim como Fernando Collor de Melo, os militares de 64 prestaram um grande serviço ao Brasil: o mau exemplo.
    Restaram os traumas e as mazelas. E alguns zileiros, sem os seus(suas). Mas, inegavelmente, aprendemos algo.

    ResponderExcluir