Por Janer Cristaldo
Em indignado artigo na Folha de São Paulo, jornal que pretende ter o rabo preso com o leitor, o articulista Fernando Barros e Silva, tão Catão quando se trata de acusar os mensaleiros, tomou agora a defesa da Máfia do Dendê, que tomou de assalto o Erário. E acusa de “macarthismo chulé” as pessoas que se escandalizam com o assalto dos baianos ao bolso do contribuinte.
“Ninguém desviou dinheiro público, não há, rigorosamente, nenhum crime, nenhuma ilegalidade no pleito de Bethânia”, escreve o jornalista. Em sua afirmação, engana o leitor e ao mesmo tempo não se engana. Que desviou dinheiro público, desviou. Renúncia fiscal é imposto desviado do Fisco. Mas Barros e Silva está correto quando afirma que não há, rigorosamente, nenhum crime, nenhuma ilegalidade no pleito de Bethânia.
É velha safadeza de sofistas sem argumentos sólidos criar argumentos frágeis, que não existem nem foram empunhados, para melhor refutá-los. Pode ser que algum leitor desavisado, desses que confundem ética com Direito, tenha afirmado que a captação é ilegal. Mas nenhum articulista que se preze faria tal afirmação. Não faria nem fez.
Ilegal nunca foi. É imoral. Direito é uma coisa, ética é outra. Os baianos enfiaram a mão na bolsa do contribuinte seguindo rigorosamente o que prescreve a lei. Roubaram legalmente. Não poucas leis brasileiras permitem o roubo legal. Pois só pode se definir como roubo captar dinheiro público para financiar shows, DVDs ou blogs de artistas que são milionários.
Leia tudo. Beba na fonte.
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